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Mostrando postagens de agosto, 2008

AINDA É CEDO AMOR, MAL COMEÇASTES A CONHECER A VIDA....

não pare agora não pare ainda dê meia volta vá mais acima se não puder subir desca salte de cabeça mas não pare ainda. fique de cócoras quem se importa se você bebe tome ainda outro pileque se não puder rir chore dia destes teu coração explode e não haverá mais quem a incomode tua existência só aos vermes faz sentido isso, vai! inverta todos os sentidos enlouqueça saúda os vermes haverá sempre um algo ou álcool na esquina embriaga-te de poesia todos os dias todos os dias desfaleça finja à morte engane a vida güenta firme que um dia o dia continuando a gente termina só não pare ainda. dê volta e meia na rotina invente outra saída entre noutra partida mas não nunca mais pare ainda. penetre desconserte concerte mais uma só mais uma sinfonia mas nunca mais não pare ainda. suba nas paredes engula a gula da vida sofra regurgite deixe que te lambam as feridas priorize o nada espete o falo nas colchas de retalhos dos cacos mas n

O DEVER

Financiei a vida em 40 prestações no deserto das obrigações úteis. O saláriomedo que regularmente pagam-me em grãos de areia ampulhetais enrijecem meu desejo de consumo das ociosidades criativas. Importa não ter importância nenhuma. ...não há menino ou menina, homem ou mulher, anciã ou ancião que queira brincar comigo ou contar-me um sacrosegredo... Dívidas são dúvidas! Ter ou não ser? Eis a prestação divina. ...saibo ainda a tantas especiarias suaves ou ardidas e não há quem as sinta... O gerente da vida é implacável: Se queres a morte, procura um consorte. Não matrimoniar-me-ei! Rebuliço a alma de versos, impressões e álcool, muito álcool. Escondo-me nos botequins, nas esquinas, nos pontos de ônibus e não espero. Lanço-me adiante. Quem vive a vertigen da vida no verso? Vocifero quase lúcida e ácida: Eu morrerei apenas uma vez! Cris
Tentei escrever algo novo e não sai. Isadora está doente, eu estou doente, o mundo todo está doente. Como não queria deixar isso aqui em branco vou mandar nuns antiguinhos. CRIS

A PROMESSA

Latejava na memória a promessa de suicídio feita na infância ao notar a tristeza dos que envelhecem de repente. Acabaria com tudo antes de sentir-se uma presa do tempo. Nunca a pele craquelada e amarela, seus cabelos não perderiam o viço, seus passos jamais seriam lentos, a melancolia dos velhos não substituiria sua alegria juvenil. Ali mesmo aos treze anos jurou, mataria-se antes. Mas de repente... quarenta primaveras, verões, invernos e outonos. Quarenta natais, páscoas e quarenta carnavais. Não que não tivesse tentado.... nos últimos vinte anos três ou quatro tentativas vãs. O tempo triunfante a devoraria como fez com sua avó, mãe e tias. Completar quarenta anos atestava sua covardia de viver e de morrer... Não fosse aquele dia...não fosse aquele beijo...beijo adolescente, quase roubado, demorado e quente. CRICA - 17/01/2005

A PORTA

A porta travava e a voz repetia: Deixem seus objetos metálicos na caixa ao lado, por favor. Objetos metálicos? A chave do carro, um cortador de unha, um saca-rolhas... Droga, o que aquele saca-rolhas estava fazendo ali? O guarda aproximou-se da porta e enfiou os olhos dentro de sua bolsa. Podia ver-lhe a cara de enxerido a pensar sabe-se lá o que quando tirou o saca-rolhas. Ela lhe retribuiu em silêncio com o seu expressivo olhar de cuide de sua vida seu babaca. Outra vez a porta: Deixe a porra de seus objetos... Suspiros, alguns resmungos, o olhar do guarda, de outras, de todas as pessoas que estavam naquele maldito banco. O que é que estavam olhando, acaso tinham elas todas as portas do mundo abertas? Sorrisos metálicos...deixem os seus sorrisos metálicos na caixa ao lado...Havia uma pinça, lembrou-se. Uma pinça perdida naquela bolsa-buraco-negro. Uma pinça, mas onde? Suava. Não mais apenas o olhar do guarda, já o de todos. Sentia a blusa amarela colada ao peito, o suor. Sabiam da de

Tempo e desencontro

/Ariovaldo Ramos/ /E se o outono se enamora do verão?/ E se o verão, ainda primavera, já se sente outono?/ Poderá o primaveril desabrochar?/ Então, o outono quer o verão, que se quer outono,/ Mas que ainda podia ser primavera?/ Ai! Isso, certamente, dará num inverno./
Meninas! Não percam seu tempo lendo as bobagens deste Blog. Vão já para o CRICAS DIVERTIDAS O BLOG da mulher inteligente!

Lamento

/Ariovaldo Ramos/ /Como não lamentar a existência?/ Essa danada que coloca gente na boca do inferno./ Como não lamentar o fruto comido?/ Que transformou em gemido o som de viver./ Como não lamentar o amor?/ Esse ilusionista que faz a gente acreditar que o efêmero pode ser perene./ Como não lamentar a vida?/ Que só serve de preâmbulo para a morte./ A menos que.../

OS CORCUNDAS

Capítulo 3 Conhecia bem corcundas, já tinha dividido uma casa com um por uma estação, em 1979. No inverno. Minha vivência com corcundas me levava a criar teorias sobre eles. A deformidade nas costas, era reflexo somatizado da deformidade moral. Todo corcunda, é antes um corcunda moral. Quando morei com Helael, o corcunda, no inverno de 79. Não tinha outra opção.Ou dividia com ele os 2 cômodos, ou morria de frio debaixo de uma marquise qualquer do centro. A época, eu ainda era formoso, e meu rosto não era sulcado e não carregava as marcas nem as cicatrizes. Logo na 1ª noite que dormi naquela pocilga, Helael, o corcunda, me atacou. O filho da puta tentou me comer. Eu estava quase dormindo. Acordei com um peso nas costas, em cima de mim. Um hálito quente no meu pescoço, com palavras e gemidos que eu não decifrava. Não entendia o que estava acontecendo, tudo muito rápido, o desgraçado fazia um movimento de sarilho em cima de mim. Dei-lhe um safanão com meu cotovelo, e pulei da cama. Aind

FACILIDADES DIFÍCEIS

É fácil dizer: Eu não tenho nada a ver com isso! Difícil é arriscar ver a lua cheia na porta de tua casa sem o risco da lâmina afiada urbana te arranhar as tripas. É prático dizer: Mas eu não tenho nada a ver com isso! Impraticável é sonhar que teus filhos ou sobrinhos, saibam da fresca e pura água de um verão não tão longe e já tão distante. É possível dizer: Eu? Mas o que eu tenho a ver com isso? Impossível é estar cego através do vidro fumê de teu carro zerinho quando tantos olhares te big brotheiam inconformados com teu conforto quase amorfo. É simples dizer: Não. Eu definitivamente não tenho nada a ver com isso! Complicado é perceber teu corpo fatigado de consumo inútil e ainda sedento de desejos que você não encontra na prateleira de teu supermercado predileto. É cômodo dizer: Não quero ter nada a ver com isso! Incômoda é a miséria solitária da parca vidinha de contribuinte na farta gélida mesa dos degustadores
Confissão de um terrorista! Ocuparam minha pátria Expulsaram meu povo Anularam minha identidade E me chamaram de terrorista Confiscaram minha propriedade Arrancaram meu pomar Demoliram minha casa E me chamaram de terrorista Legislaram leis fascistas Praticaram odiada apartheid Destruíram, dividiram, humilharam E me chamaram de terrorista Assassinaram minhas alegrias, Seqüestraram minhas esperanças, Algemaram meus sonhos, Quando recusei todas as barbáries Eles...mataram um terrorista! Mahmud Darwish

E Foi!

/Ariovaldo Ramos/ Vavá é um amigo de priscas eras. Um grande amigo! Eu casei ele, mas ele descasou. Bem... Até eu descasei! Foi um show – uma mostra (?) – lá no Itaim. O Vavá pensa que é um grande músico... E é! O Vavá pensa que é um grande compositor... E é! O Vavá pensa que é um grande arranjador... E é! Letrista, então... É! O Vavá é. E tem filhos: Ana Clara, claro: uma graça! E André, e que toca... me deixou tocado! Vavá Rodrigues e o Pessoal da Banda! E que banda, pessoal! Tudo bacuara – gente que sabe das coisas. Aliás, o Bacuara abriu o show. Abriu, não... Escancarou! Eu só cheguei. Tomei um porre de suco de laranja. Não é nada não... É a lei seca. Me dá paura! Me empanturrei de frituras. Mas tomei remédio... Antes! Só saí. E só continuei. Não liga, não... Acho que eu sempre estive só. Mas foi um showZaço! O Vavá disse que ia reinventar a MPB... E REINVENTOU!
O quintal ficou sério demais? Né nada disso... É um novo capítulo, de Capitus... http://cricasdivertidas.blogspot.com/ Feito Amarelinha - Coltazar- sacou? Álias, quer saber... Fui... Trepar. CRICA.
Catar feijão 1. Catar feijão se limita com escrever: jogam-se os grãos na água do alguidar e as palavras na da folha de papel; e depois joga-se fora o que boiar. Certo, toda palavra boiará no papel, água congelada, por chumbo seu verbo: pois para catar feijão, soprar nele, e jogar fora o leve e oco, palha e eco. 2. Ora, nesse catar feijão, entra um risco: o de entre os grãos pesados entre um grão qualquer, pedra ou indigesto, um grão imastigável, de quebrar dente. Certo não, quanto ao catar palavras: a pedra dá à frase seu grão mais vivo: obstrui a leitura fluviante, flutual, açula a atenção, isca-a com o risco. (João Cabral de Melo Neto. Obra completa)
Estava fazendo uma pesquisa na Net sobre orientação sexual para um projeto na escola e descobri que no site da secretaria Municipal de Educação , na guia Escola Promotora de Saúde/ Saúde Sexual há uma generosa indicação de livros, sites e filmes sobre o assunto. Entre outras dicas muito interessantes achei, pasma, o site do Museu do Sexo. Isso mesmo, Museu do Sexo ! Particularmente encantou-me o acervo sobre pintura, literatura e música da sala de Arte Erótica. Genial! ______________________________________________ Cântico dos Cânticos de Salomão Vem comigo do Líbano, minha noiva ! vem comigo do Líbano! Desce do cume do Amaná, dos cimos do Sanir e do Hermon, das cavernas dos leões , das montanhas das panteras !
corpos embriagados de copos num botequim pretendia eu teu dedo em minha cona molhada, meus lábios secos mas teus olhos por detrás daqueles óculos no fundo de uma garrafa nem me ofereciam outro gole.... e eu só esbaforida sedenta por sei lá de que sabor de que outra cerveja outro gole, outro gole, outro gole tão mais forte que meu desejo é tua depressão não me quis não me quer não me quis não me quer inventei um jeito estranho pra viver todo dia a cismar minha fronte no espelho que diabo de ser sou eu? de que inferno vem você? por que de tanto desejo? Não me quis Não me quer Não me quis Não me quer morrer agora? se cantavam cantores se dançavam mulheres morrer agora? nós os autores sei lá de que comédia morrer agora? me diz, agora? podia estar morta ontem amanhã hoje não estava não conseguia é que copos embriagados de corpos num botequim onde dançavam cantores e

Não Basta!

Não basta! Que pena! Não basta! Como é duro perceber que só o amor não basta. Não importa quanto amor haja; não basta! O triste é: que se o amor não basta nada mais basta. E se nada bastaria; nada do que parece é. E nunca será. Ariovaldo Ramos

QUINTAL SEM PORTEIRA

Lampião continua fazendo publicidade disso aqui. E mesmo que a honra seja imerecida é com ela e com a minha imensa alegria que recebo suas considerações e de seus amigos por aqui. Lampião eu já conheço, escreve bem pra caralho, é meu Bukowski tupiniquim. Já enviei - sem autorização -seus textos para uns amigos e eles retornam pedindo mais, e mais, e mais. Por conta da publicidade de Lampião deixou-me aqui uns comentários o seu amigo Ariovaldo Ramos que pela caligrafia rápida de seus versos presenti cheiro de genteverbo. Pensei....por que não convidá-los para fazer parte do Quintal?- não pensei duas vezes e já enviei-lhes os convites. Espero que também não pensem muito para aceitá-los e que esse QUINTAL possa se transformar-se num QUINTAL coletivo. Cris

O COLETIVO

Como ia dizendo, tudo tem dois lados. Sempre gostei do caminhar. Ficar sem carro para um espírito atávico como o meu pode ser muito estimulante. A brisa no rosto, a chuva -choveu pacas essa semana!- o esbarrar em outros corpos caminhantes- e eu preciso tanto disso! - nas estreitas ruas dessa quasemetrópole, o céu por cima de minha cabeça e o chão em meus pés. Ah! É divino ter pernas, saúde e imaginação. É bem verdade que ainda existem relógios que nunca me permitem o caminhar perfeito. Mas e se perfeição for mesmo apenas uma meta? Será? Sei lá. O fato é que sem a ditadura do automóvel vivo momentos muito saborosos esses dias. Além de caminhar, andei de ônibus e pasmem....até de lotação lotada. Parece conversa de burguesa, mas nem sempre o hábito faz o monge. É que eu vestida de fusca sempre soube do meu lugar. Muitas vezes quando desvio meu olhar dos rostos que vão dentro dos coletivos apinhados de gente nos faróis fechados da vida com o medo de ser mal interpretada estou apenas buscan

UN COUP DE DÉS

Semana de rebentação brava. Iniciei o mês do cachorro louco no melhor estilo, arrebentando, novamente, a frente do fusca num poste - vou omitir aqui os detalhes, mas para os que já me conhecem confirmarei suas prováveis suspeitas quanto às condições...é, em plena lei seca, sim! - enfim, semana tonta, e eu zonza tentando manter os compromissos com escola, família, o banco, as casas Bahia, o senhorio e o caralho a quatro. Sobrevivi. Não seio porquê, mas sempre sobrevivo. Jurei que não beberia mais. Pra relaxar do maremoto emocional em que me meti, assisti Factotum duas vezes - queria mesmo era assistir Barfly, mas não achei -recitei o Poema em linha reta toda manhã, emprestei O Balcão do Genet na biblioteca, li o TAO, fiz um discurso visseral na reunião pedagógica sobre o ultraburguesamento cíninico da minha pseudocategoria e arrumei mais uns inimigos e outros tantos aliados. Joguei na mega, duplasena e lotofácil. Chorei, chorei, até ficar com dó de mim... Na sexta-feira comprei escondid
vamos , lá, rapidimha... entre os choros da Isadora e entre meus "amigos" bêbados que insistentemente batem em minha porta de madrugada...vamos lá... ecrevenho-me... preciso-me registrar-me hoje e ler-me amanhã... sinto saudades de loucos especiais...onde estão tais canalhas? ah ! que saudades de vossas palavras vãs ...sempre tão bem vindas...tenho feito coisas intraduzíveis noutras línguas ...comidas, quitutes e outras histórias, degustáveies, talvez experimentáveis , traduzíveis apenas em vossas línguas.. quê é de vocês canalhas poliglotas de meu idioma? A revolução continua ...fragmentada, porém contínua...cá, agora, em minha mãos ... quê é dê vocês?