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Mostrando postagens de julho, 2008
Lampião, esses dias, deixou-me aqui um recado tão carinhoso que às vezes venho até aqui só para lê-lo. Sou, não estou, carente. Careço de conforto, abraços , afagos...sou carente. E sou carente exigente...que não venham de qualquer lugar os afagos...exijo afagos n'alma. Afagos não no que digo, mas no que deixo de dizer. Não me leia, advinhe-me. Lampião sabe disso, e eu também o sei dele.

SER MULHER

A merda toda é que no meio do caminho havia um óvulo. E eu como quase todos meus parceiros, não gosto de camisinha...sou mulher-bicho. Daí que... acabei gerando algumas filhas. Que inclusive já geram filhos. A merda toda é que depois daquela história sem camisinha eu fiquei com os sovernis. Estava escrito nas estrelas: eram minhas... deleites e problemas meus! E foi assim que eu entendi o que era ser mulher.

Pensei - quer dizer- imaginei que estivessem mortos. São zumbis, não dos Palmares, zumbis da ditadura.

Só obedecem. Minha geração- e eu a perdôo- está no dormitório. Ouvem ainda as cantigas de ninar, ou de minarem nossos todos quase nem sempre nunca pensamentos-visonários. Não nos vislumbremos no vigiar e punir. Ortodizentos dizeres... Saboríeis a glória...Não Não Não Não Não! Sempre repetidamente vos diremos: Não! Não concordo! O andar de baixo os querem dizer, falai! E o dizem! Há o rumor, os ouço, os precedo, carrego-os no bolso. Saco-os. Artilharia da parca palavra...parca, quase muda, silente lavramente palavra. Dói n´alma doente demente as sílabas solitárias revolucionárias d´alma, d´alma, d´alma... Hei de oferecer-lhes a glória da prosódia iminente dos falantes. Se não vos digo nada? Não me compreendem? Estamos quites.
o dia se oferece em texturas magníficas diante de meus incrédulos olhos peregrinos não chove e o inverno insiste em céu azul cobalto alguém morreu mas não em mim em espíritos tortuosos a viagem retilínea é sempre feita em espirais

LUTEMOS POR ELES!

http://muitasbocasnotrombone.blogspot.com/

Meus olhos observatórios inda não enxergam o que quero ver.

Estar deprimida é sair a rua num dia quente de inverno e apenas perceber pessoas apodrecendo debaixo do céu azul. A sensação é da inutilidade do céu e de seus azuis. Porém sejamos prosaicas... Que dizer da mulher gorda que trazia a bunda no lugar da barriga oscilante entre comprar pão pulman ou bisnaguinhas seven-boys? E da mocinha top model desfilante na frente do meu fusca que confundia-se com toda a publicidade do compra-se! vende-se! oferta do dia! leve hoje e pague nunca!? hein? E do não-tão-mocinho meio barrigudo que coçava o saco e apertava o pinto e olhava pra menina top model e comentava com seu amigo como a mocinha top model era gostosa? O centro da minha cidade é um nojo. O centro de toda cidade é um nojo. Difícil... mas eu tinha de ir ao banco. Eu nunca vou ao banco...é que perdi a merda do cartão de crédito...Mas pra que eu tenho um cartão de crédito, hein? hein? Pra quê? Eu que sou tão desacreditada tenho um cartão....de crédito? Dia desses eu contrato um michê e estouro
[SONETO AO MEMBRO MARAVILHOSO] Esse enorme e rígido monumento Faz-me nua e arfante em seu ardor E maravilhada d'encanto, de fervor Desejo-o em gozo e movimento. O cavalgue do agressor erguido Por dentro não parece assustador. Altivo membro, digno de andor Nas eras do ego, do sexo ungido. Pela bestialidade viril de ereções Trazendo a força e fúria de me ter Em gulas e esganadas ejaculações. Então erga-se e murche, com prazer, Em louvor às idolatrias, taras e fixações, É falo para orar, lamber, cuspir, foder. Escrivinhado por Larissa Marques, Quarta-feira, 2 de Julho de 2008.

DECLARAÇÃO DE VOTO

Navegando pelo oceano da net aportei no Blog do escrevinhador Castelo Hansen, homem-poeta da cidade em que jazi. Entre o farto cardápio de textos - poemas, crônicas, contos - que saboreei respondi provocatimavente a um em que o poeta considera o voto em branco coisa de avestruz . Gostei tanto do que escrevi - sou vaidosa! - que aqui vai o registro do texto-comentário, de maneira que vocês também possam saber o que penso eu sobre o assunto. "Político honesto? Pensando na honestidade como coisa relativa dentro da luta de classes -afinal de contas Paulo maluf é tão honesto com a classe que representa, como Lula, o é, com a que passou a representar depois de eleito - diria que dou-me o direito de dizer a eles, a você ou a qualquer outro que não delego poderes a quem quer que seja a me representar nessa fantasia ordinária chamada democracia representativa. Esse jogo, inventado por burgueses, para burgueses e de burgueses, só interessa a eles. Prefiro o xadrez anárquico da luta social

UMA VÍRGULA MUDA TUDO...

CAMPANHA DE 100 ANOS DA ABI ABI: 100 anos lutando para que ninguém mude uma vírgula da sua informação.
O dia hoje escreveu-se tão lindo como há muito não o lia. Aquele poeta - de quem eu por cisma não gosto muito - tem razão: é tudo invenção! Daí eu ter inventado esse dia. Acordei cedo e levantei-me na ponta dos pés pra não despertar as que dormiam. Ouvi música suave, meditei e fiz exercícios de alongamento. Depois lavei a louça e preparei a cozinha para o dia. Alimentei minha filha pequena, despertei a mais velha que não quis nos acompanhar à feira. Fomos eu e a pequena feliz nos seus dois anos. A feira foi uma festa. Os mais variados tipos humano nos meus olhos e sons, vozes, rumores, gritos, pregões nos meus ouvidos. Um sol de inverno generoso esquentou nossa pele enquanto provávamos os gostos tantos que a feira nos oferece: pastéis, mexericas, mangas...e os cheiros. Ah! quanto cheiro tem a feira... Adoro feiras, já deu pra perceber, né? E penso nelas como um lugar de resistência. É impressionante que não tenham acabado com as feiras ainda. Elas surgem nas madrugadas, mudam o trân

EDUCOMUNICAÇÃO? o que é isso?

SOBRE EDUCOMUNICAÇÃO. clique no link EDUCOMUNICAÇÃO NA USP e ouça uma entrevista com o professor Ismar de Oliveira Soares sobre o assunto: http://www.pupuplatters.com/pupuplayer/pro/pupuplayer_proadd.php?id=120&addfeed=http://psf.squarespace.com/podcast/rss.xml?categoryId=108046
mas é poesia?! o ponto o pinto a ponte ponderadamente pode ser poesia? provocadora inesperaficácia quem há de inventar a palavra incorrompível que corre louca da poesia? pronuncie-se word trade center e há quem veja aí a súbita poesia holocaustua do ocidente feminino palavra proibida vida sisuda vida inesperada bomba da boba lida aorta sublatente descompassada mas tudo isso inda será poesia? o nada o tédio a falta de crédito desamparo e inda há poesia? que é poesia? que é poesia? que é poesia? substrato de loucos da palavra fria na tela pífia da tecnologiacrônica metadiamante substitutivo impronunciável irrespondível e tudo isso inda é poesia? vacilei vacilei , meu bem vacilamos e inda será poesia gazza barra funda jaçanã eu aqui na vila e inda há poesia? o mote sem sorte do teu consorte que nunca vem palavra ecoando palavra espelhando tua larva que espia morte gulosa larva hipocondríaca dá-me tua carne! da-me tua carne, meu bem! e nesta carne inda a mesma morta inerte nela hei de enco

quero um mote!

dá-me apenas um tão somente qualquer mote estopim parco motivo pra eu continuar caminhante elípticos processos da santa composição cada um tem o seu: o meu dialoga na contramão
num tem jeito ... com o tempo a paisagem descritina a inversão da minha própria vida não tvejo procrio minha subtração quando somo o encontro descaminho pra que complicar tanto, hein? ...é só tensão

VÊ SE ME ESQUECE

Itamar Assumpção e Alice Ruiz