QUINTAL DA CRICA

paella da cris receita: 1. cozinhe dois copos de arroz integral cateto em cinco copos de àgua - deixe de molho no mínimo três horas. 2. esquente bem a panela de barro - ah! você vai precisar de uma - Ah deixa pra lá... a única coisa que me incomodam são as baratas. já encontrei três e agora mesmo dei de cara com uma enorme. acho que era a rainha das baratas. fiz reverência e saltei fora. Já faz umas horas que topei com a barata e ela continua no mesmo lugar. Nunca vi uma barata ficar tanto tempo num lugar só.

deite em mim meu moço sonso deite em mim só nós no som dos sons só nós deite em mim e mantenha o tom deite em mim eu não existo

empuxo de idéias -se fossem notas no teclado- gente demais no mundo e na minha cabeça silêncio quero ouvir as cores de minhas idéias empuxo saliente sal na mente sal na mente saliente salve-se quem puder! fodam-se as damas e as crianças! na frente chefes dos imperadores... cosmopolita cosmopolita se fossem só cantares a cantar versos, mas há essa gente toda a falar... e quando os coroneolitos estiverem ocupados demais com sua avidez de usurpar mais e mais... suas mulheres hão de lhe porem chifres imensos. uma bala nas idéias ia bem melhor -duro escrever ideias.

Tô viva. Sobrevivi à ceia de Natal em família. E eles a mim. Não sei ainda se odeio ou adoro esses rituais. Não há como negar as inúmeras reflexões que essa época nos ilustra sobre a cegueira coletiva através do consumo desejoso e inútil. Sacos sem fundo, alcançamos nunca a felicidade fugidia, imaginativa e nos esquivamos cada vez mais da realidade pavorosa - o trauma do encontro com o próximo - e o que resvalamos fantasiosamente é um nada que nos leva a outros desejos tão inúteis como os anteriores. Estou tentando ler Zizek . Dica estimulante de Tom Zé que em seu Blog propôs a leitura coletiva de Arriscar o impossível do autor. Já havia lido em " Um mapa das Ideologias" alguns textos da coletânea organizada por Zizek que estremeçeram meu pensamento - Aparelhos ideológicos do Estado de Althusser , por exemplo. Eu disse estou tentando porque, além das inúmeras interrupções natalinas, o conteúdo das conversas entre Zizek e Glyn Daly - o texto é uma espécie de batepapo entre

O que há entre o Haiti e a revolução francesa? E entre o exército de Ruanda, os celulares e os laptops? Por que a morte de uma criança palestina ou mulçumana nos comove mais do que a morte de uma congolense? O que pode haver em comum entre Obama e Hitler em fim dos anos 20? Slavoj Zizek. Use suas ilusões contra os cínicos . A propósito...TOM ZÉ propõe uma roda de leitura em seu BLOG sobre outra obra do cara: " Arriscar o impossível" o livro resenha o autor CRICA

"a onu premiou alice smeets, e me pergunto se a onu está involuindo. dá pra encontrar pelo nome, a imagem. em um campo inundado por lixo urbano, destroços ou sujeira, mesmo, uma menina, descalça, aparece ao lado de animais. bom, o país felizmente é contra divulgar imagens vexatórias, e o que se vê nem pode ser dito como flagrante. é um comentário mais do que dramatizado, aproximando porcos e gente. vá à bosta, dona alice. se fazer uma imagem dramática prejudica alguém, que se ferre a imagem. agora, campo de batalha, saneamento e crianças expostas a riscos, esses não deixam de ser temas a serem discutidos ou resolvidos. ideologias como a da fotógrafa têm que ir junto com os problemas para a lata do lixo. são seres humanos, e não porcos. não confunda. forçar na imagem não justifica nada. não abranda "consciências culpadas" e não é - insisto - objeto o que está na imagem. é gente. documentar ou diminuir? aqui fica a minha discordância. " WAGNER - http://antro

não me lembro bem do início e nem sei onde vai dar o fim disso tudo. mas que cagar é muito bom ah! isso é... escatológica, eu? não. a existência. crica

As figuras mais significativas na minha memória brotaram em mim na década de 80 e 90. Naqueles dias eu ia descobrindo a tal da luta de classes, ia me engajando e me preparando para a revolução permanente. Márcia é uma delas. O texto abaixo roubei do seu Blog AS TRÊS ANAS . Sou fã da escrita da Márcia que infelizmente é uma preguiçosa. Consegui fazê-la abrir o Blog mas não consigo convencê-la a escrever sempre. Que pena. ela tem boa memória e podia recontar tantas coisas... "Houve um tempo em que boa música, um bom papo, cerveja gelada tinha endereço: Taberna ! Em Guarulhos, estudantes, professores, sindicalistas, artistas e até jornalistas frequentavam. Seus donos o Paulinho e a Rosane também eram professores! Imagina, depois de assembléias, greves, acampamentos e ocupações sempre iamos recarregar as baterias no Taberna...Vou abrir o jogo logo eu fazia parte de um grupo, que os invejosos em certas reuniões da Apeoesp diziam "As meninas ficaram até tarde no Taberna, sei

Quando inventei o Quintal pensei poder exercitar aqui a escrita obrigando-me dessa forma a escrever todo dia. Depois pensei também que podia coletivizá-lo e danei a convidar gente para dividi-lo. Não rolou. E por quê? Falo por mim. Penso que não se trata de não ter o que dizer. Sou palpiteira, achadora e imaginativa de plantão. Acontece que para soltar as palavras agarradas em minhas tripas geralmente preciso de um drástico. Sofro de constipação verbal e se o estímulo é desmedido acabo em diarréia e não o faço. O antídoto Kikuchiano? Mastigar pelo menos 80 vezes palavras e acontecimentos antes de metê-las dentro de mim. Não é fácil, não. Preciso treinar e corrigir isso. Mas há outras questões. Raquel de Queiroz comparava o ofício de escrever ao trabalho de um estivador. Minha escrita nem de longe resvala a estiva de Raquel, mas sou capaz de compreendê-la em seu exagerado esforço de dizer-se. Palavrear pensamentos, sensações, acontecimentos exige revivê-los, ressenti-los. Se conto alg

Toninho Kalunga é verador na cidade de Cotia, SP. Eu não o conheço. Mas meu amigo Mathias me explica que o moço, que é bom de briga, tem incomodado tanto os safados corruptos de Cotia que os tais, desesperados, pensam poder intimidá-lo com ameaças de morte. A gente recebe uma notícia como essa e fica sem saber bem o que fazer... Confiram o teor da carta e os comentários do Kalunga : "Esta não é a primeira vez que sou ameaçado. Inclusive, não é a primeira vez que recebo uma ameça por carta. Após as denuncias pedindo providências para a realização de uma nova eleição em Cotia,junto com a nova denúncia sobre funcionários fantasmas as ameaças aumentaram. Mas é a primeira vez que, quem faz a ameaça, tenta se passar por presidiário. Não acredito que um presidiário se preste a este serviço, por todas as razões óbvias que isso representa, que vão desde a relação entre o que venho denunciando - corrupção no poder público executivo municipal - até a questão do interesse de um presidiário

"... estudo realizado pela universidade de Maryland , nos EUA, e que será publicado na revista Social Indicators Research, reportou que pessoas infelizes assistem mais televisão e as que dizem que são “muito felizes” gastam mais do seu tempo lendo e socializando-se." http://hypescience.com/felicidade-tv/ Não precisava sair na Social Indicators Research. Eu já desconfiava que ver televisão deixa as pessoas infelizes – na melhor das hipóteses. Intui isso na minha melancólica adolescência. Naqueles tempos eu não tinha opção: ou via televisão, ou via televisão. Acho que para muito jovem ainda deve ser assim. Tive overdose de TV e desenvolvi uma certa ojeriza a ela. É claro que abandonar esse vício não foi fácil, nem proposital. Mudei muito de casa, fiquei sem tv, morei em lugares impossíveis de captar imagem e quando percebi o mal estava controlado. Hoje quando interpelada acerca de um factóide policial, político, ou um programa desses da moda, respondo: Ah ! Eu não vejo televis

A palavra "palíndromo" vem das palavras gregas palin ("trás") e dromos ("corrida"). Um palíndromo é uma palavra, frase ou qualquer outra sequência de unidades que possa ser lida tanto da direita para a esquerda como da esquerda para a direita. "Roda esse corpo, processe a dor!" "Acaba, babaca!" (Hemeterio) "Até Reagan sibarita tira bisnaga ereta." ( Chico Buarque ) No curta "Palíndromo" Philippe Barcinsk filmou uma história com começo meio e fim e inverteu completamente essa ordem na montagem. O resultado é genial. CRIS

As fotos abaixo são do ensaio fotográfico Hungry Planet: What the World Eats (Planeta Faminto: O que o Mundo Come, Editora Ten Speed Press) do fotógrafo Peter Menzel e o jornalista Faith D’Alusio. O ensaio pretende retratar como se alimentam 30 famílias em 24 diferentes países. Achei no Blog da Sakamoto . Alemanha: Família Melander Gasto semanal com alimentação: US$ 500,07(R$ 1192,00) Estados Unidos: Família Revis Gasto semanal com alimentação: US$ 341,98(R$ 815,00) Itália: Família Manzo Gasto semanal com alimentação: US$ 260,11(R$ 620,00) México: Família Casales Gasto semanal com alimentação: US$ 189,09(R$ 451,00) Egito: Família Ahmed Gasto semanal com alimentação: US$ 68,53(R$ 163,00) Egito: Família Ahmed Gasto semanal com alimentação: US$ 68,53(R$ 163,00) Equador: Família Ayme Gasto semanal com alimentação: US$ 31,55(R$ 75,00) Butão: Família Namgay Gasto semanal com alimentação: US$ 5,03(R$ 12,00) Chade: Família Aboubakar Gasto semanal com alimentação: US

O bode do natal chegou. Tem Papai Noel pratudoqueélado. Dingonbéis. Cometi a estupidez de anunciar - provavelmente em emoções etílicas - que este ano faria questão de tê-las todas aqui em casa. Não há sombra de dúvida de que eu estava muito bêbada - vou morrer repetindo, Mas eu estava bêbada, porra! Anunciaram-me que eu teria de fazer tudo nos conformes tradicionais da questão o que significa falarmos em árvores de natal, guirlandas, perus, panetones, rabanadas, pudins de leite, aquela gelatina que só ela sabe fazer...credo e eu que já estou parecendo uma leitoa, vou inaugurar o ano como uma elefanta. Sim porque eu sei que vou ficar trombuda em algum momemto da orgia. Só espero que sexo esteja incluído no banquete celestial de Papai Noel.