Ariovaldo Ramos
Hoje, assisti a um filme (Mais Estranho que a Ficção) rodado numa grande cidade do mundo. E todos os personagens andavam de ônibus. Como eu gostaria que minha cidade fosse assim!
Lá, a palavra ônibus fazia jus ao seu significado latino: para todos.
Era um filme sobre uma escritora que, sem o saber, ao escrever, descrevia a vida de um homem que existia, de fato. De repente, enquanto ela escrevia, começou a afetar a vida dele, e ele começou a ouvir a sua narração. Daí, parte em busca de ajuda, até que encontra a escritora. E, para todas as idas e vindas, o ônibus era suficiente. Como eu queria que na minha cidade fosse assim!
Um filme impressionante sobre como o escritor é um senhor de destinos. E a escritora, depois de encontrada, se deu conta de quanta gente já havia matado. E foi falar com o professor de literatura que havia ajudado o seu personagem a compreender a trama e a localizar. E para tudo havia um ônibus, esperado numa fila organizada e pacífica. Como eu gostaria que também fosse assim na minha cidade !
O fim determinaria se se tratava de uma tragédia ou de um comédia. Tudo apontava para uma tragédia, o que implicaria na morte do personagem. Mas o personagem começou a lutar por sua vida! Instigante! E muita dessa consciência aconteceu num ônibus! Um ônibus onde era possível pensar, decidir e sonhar¡ Como seria maravilhoso se, em minha cidade, fosse assim!
O personagem vivia uma vida sem graça. Como, às vezes, a gente quer que a vida seja, principalmente quando os pesadelos passam a povoar o dia. Mas apareceu uma mulher maravilhosa! As mulheres maravilhosas fazem a vida valer a pena! Ele o percebeu quando a reencontrou no ônibus. Um ônibus que permitia que uma mulher maravilhosa fosse vista! Como deveria ser assim em minha cidade !
A escritora, especialista em tragédia, mudou o fim da história, estragando sua obra prima. Teve de reescrever o livro. E o ônibus, que com o personagem se chocara, quando este salvava um menino da morte certa, ao invés de torná-lo um herói morto, o fez um herói machucado, acariciado pela mulher que o despertara, num ônibus, para uma vida que valia a pena viver. Como seria bom se isso pudesse acontecer na minha cidade!
A escritora, que, assustadoramente, teve a anuência do personagem quanto ao fim trágico (sim, ele leu o texto e concordou que teria de morrer para que o livro fosse uma obra prima!), mudou o final, quis sentir o gosto da bondade na condução de uma existência, mesmo tendo de reescrever o livro. Será que Deus faz assim? E o ônibus, que o mataria, o ressuscitou! Quem me dera que na minha cidade fosse assim!
Comentários
Bjo Cris, até mais. =)
Que prazer te ler.
Que filme é este cara?
Lamp