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LER OU NÃO LER ? EIS A QUESTÃO.

Vixe! Que daqui a pouco o Tom Zé vai ter que entrar aqui pra achar a minitribo Tomzeniana. hehe. Mas é isso aí. Estou aprendendo lá como usar o nosso quadrado pra sair do quadrado.

Bê. Não é bem assim. Aqui também pra cada dez que fazem tem cem pra desfazer. Há uns e há muitos outros também. Escola pública é uma doideira. Tudo muito improvisado. Veja só a situação da escola da prefeitura que te falei. Iniciamos o ano com tudo encaixotado, até dicionários. E o projeto piloto da escola é de leitura e escrita! Pode? Aliás vou te enviar um conto que comecei a escrever e não conclui em que há uma passagem muito parecida com o que aconteceu com tua sobrinha. É só eu achar. Aguarde.

Márcia - minha amiga que também é professora das duas redes - me desminta, se não é verdade. A gente é brava gente brasileira, não? Que dia da semana você não quebra o pau e às vezes a cara pra garantir algo que já devia estar garantido? É assim. Perdi as contas de quantas vezes tive que arrombar portas de bibliotecas - leia-se depósitos de livros - peitar diretoras e outros serviçais públicos só pra sentir o prazer de colocar na mão de uma criança um livro que é dela por direito e que é recebido sempre com olhinhos curiosos e satisfeitos. Ninguém facilita. Se puder dificultar, eles o farão. Mas sinto que gradativamente as coisas vão melhorando. Quando comecei a lecionar, há 20 anos, nem dicionários havia. A gente improvisava letras manchadas num papel com um aparelho que na época eu já considerava pré-histórico chamado mimeógrafo. Era um inferno aquilo.
Márcia, conferiu o Blog do Saramago? Genial a dica do Pedro, né? Essa rapaziada é fraca não!

Hoje há livros. Encaixotados, trancados, com entregas condicionadas. Mas há. No estado por exemplo, os alunos esse ano receberão um kit, que entre outros livros há uma coletânea de crônicas e contos muito boa. Mas já avisaram que eles só receberão o tal kit mediante a participação deles num projeto de aulas que deve ser orientado pelo professor. Tudo bem. Mas sempre fico com a impresssão de que é pra dar mas não é. Parece filantropia. Ou pilantropia também. E aí a gente quebra o pau. Penso que o leitor é um valor que ainda precisa ser construído, até pelo seu direito de não querer ler. E acho que escola não tem nada mais importante pra fazer a não ser estimular a leitura de livros e de mundo.

E aí, Mathias, é que entram as bibliotecas, sebos, peixeiros bibliotecários, músicos pirados, blogueiros utópicos, nós. Não conheço o Mathias que não o Mathias leitor, o Mathias que me apresentou Rex Stout, que me aliviou dores com a leitura divertidíssima de Pilatos do Cony, que discutiu comigo os Sertões, que foi aluno de meu pai e que também foi tocado por ele pelos livros que este leu e compartilhou conosco. Estamos muito mais unidos pelas nossas leituras que pelas nossas cópulas. Procurei na Net informações sobre o tal filósofo que você citou, mas não achei nada ligado ao que você disse. O senhor está nos devendo explicações, estou aguardando.

O Mathias, pra quem não sabe, além de ser um puta leitor, foi livreiro e manja muito dos porões da indústria e comércio do livro. Tem informações importantíssimas. Acho que vale a pena expremê-lo. Com carinho é claro, porque ele é bagre de rio. Se apertar muito ele escorrega e foge. Aliás, Mathias, o Tom Zé me disse que procurou feito um doido aquele livro do Tinhorão que você deixou aqui em casa e que é pra você levar pra ele, viu?

Nadir, cadê você? Estou esperando a moça dar o ar da graça e nos contar aquelas pitorescas histórias sobre como surrupiar livros para miúdos.
Pedro, recebi teu email e já o enviei pra todo mundo que conheço. Estou aprendendo à beça com essa história do Léo dosPeixes. Nunca que eu ia pensar nos meios como vocês estão fazendo esses livros chegarem até lá. Fiquei num impasse pois por aqui também estamos batalhando para que as crianças recebam e leiam livros. Mas entendi que quando converso com alguém e peço um livro infantil pra mandar pro Léo dos Peixes, não é apenas isso. Entendi que além do livro o cara passa a ser parceiro, coadjuvante na construção de uma coisa muito maior que uma biblioteca. E isso não é filantropia. É solidariedade. Sonho com isso há muito tempo. Sonho que um dia não precisarei mais chutar portas ou me desgastar para explicar o inexplicável porque o valor leitor será um valor real, impossívelmente real porque alguém ousou arriscar o impossível. Dá-lhe Zizek!

Ah! E meus amigos guarulhenses, o companheiro antropoético, o sonhador mais pragmático que conheço da terra dos Maromomis anunciou no Blog Outra Poesia que haverá sim um FÓRUM DE LEITURA por aqui. É passar lá pra confirmar a pauta e/ou discuti-la. Vou propor que a gente convide o Tom Zé para compartilhar conosco o leitor, divulgador e articulador da leitura que ele tem se revelado - com a participação da minitribo e dos babaístas, é claro!
É isso aí.
Há -braços, né Marlos? Para todos.
Segue abaixo o comentário amoroso da minha companheira de luta Márcia Chaves, que pela paixão merece destaque especial:
"Eu defendo a leitura embaixo de árvores, em escadas, na " mesa" bebendo algo gelado, em qualquer canto onde possa esquecer de "tudo" e saborear palavras, desejos, mistérios... gosto "muito" de ler os livros dos amigos... é como entrar na mente de alguém, quando você pega um livro que foi lido lá tem o trecho preferido, as anotações e muitas vezes "poesias" lindas escritas por quem leu o livro... gosto de sebos por isso, penso que o ato de ler precisa mesmo de incentivos com este do Léo ... levar a leitura pra lugares com aromas e melodias e Sol... as escolas são como cadeias não vemos nunca a luz do Sol. Cris eu desejo à você muito Sol este ano de 2009 ... beijos...ah hoje a tarde não deu pra conversar pois tive que sair com as Anas para garimpar uns livros no Sebo...comprei Saramago, sobre um convento, coleçao Vaga-lume, Ruth Rocha..."

Comentários

Pedro disse…
Olá Cris, olá convivas. Pois é. Em relação a ajudar o Léo do Peixe, é mesmo um ato de solidariedade, que é o sentimento de que temos o dever de abraçar a causa, pois isso também diz respeito a nós mesmos, às nossas aspirações como cidadãos. Estou tentanto mobilizar por e-mail o pessoal, mas só isso não basta. Vou ter que ter persistir e insistir, ser calmo e sempre boa prosa para explicar as dúvidas que me aparecerem quando alguém questionar essa minha ajuda. Então, tudo isso que estou passando/vou passar será de grande valor prático para mim, que estou obstinado a adentrar mais e mais na densa escuridão que abriga os vários problemas do nosso país. Léo do Peixe então, deve nos servir de exemplo como cidadão que quer ajudar a coletividade, que persiste e tem fé na sua ideia. Isso porque, quando cairmos no comodismo por falta de força, teremos exemplos de pessoas que vivem entre nós, que são iguais a nós, e que não desistem nunca! Meus companheiros. Vou nessa, o dever me chama. Até hoje não fiz o trabalho que tenho que apresentar ao meu chefe amanhã; além do mais, meu orientador acabou de me enviar umas leituras e me exige a contrapartida. Obrigado pelas leituras, companhia e amizade compartilhadas. Até mais! =)
Anônimo disse…
Porra um parágrafo inteiro só prá mim?
Vamos lá:
O Tom Zé se perdeu o livro dele, foda-se aquele que eu te dei é teu.
Se ele quiser peço pro Tinhorão autografar outro. O que está com você já era.
Tom Zé: Perdeu playbboy! Hehe
Quanto ao Enzensberg, ele fala que jovens copulam e não lêem, e ele tá certo.
Fala também que todos queremos ser tratados iguais, e com eficiência, e sem diferenciação entre pobres e ricos pretos e brancos, principalmente quando o tratamento vem de orgãos públicos, como escolas, repartições, hospitais etc..
Logo o que vocês querem é o Mc Donalds.
O Socialismo é uma espécie de Macdonalização do mundo. Hehehehehe.
Mas como todo mundo aqui é tarado por ler, leiam lá, está no livro Mediocridade e Loucura.
Claro que não está do jeito que escrevi, o Hans é fino.
Gostaria se me permitem de parafrasear a Marcia:
"Eu defendo a fornicação, embaixo de àrvores (em cima também), na mesa tomando algo gelado (aconselho chupar um drops de Halls preto)para saborear o sexo!
Mais uma coisa, donos de sebo não prestam, são os piores capitalistas que existem, compram um livro por R$1,00, dois no máximo, e vendem por R$15,00, 20 ou 25 contos.
Em nenhum negócio do mundo há tão absurdo lucro, nem os banqueiros.
Recomendo fortemente o sebo do Brandão, pelo menos ele assume que o negócio dele é grana, não fica com nhé nhé nhé típico dos urubus alfarrabistas.
Depois escrevo mais.
beijos
Lamp
Anônimo disse…
Bê,diz:
Maria Cristina, sei que não é bem assim, também sou professora.E, Jamais perco a esperança!Aqui em São José do Rio Preto e bem diferente da maioria do país,este caso da minha sobrinha é isolado.Temos uma escola pública relativamente boa em relação aos demais estados,cidades;é uma cidade de 400.000habitantes,com um outro tanto de população flutuante/itenerante*rsrs,temos UNESP,FAMERP, e muitas universidades particulares, e é referência em Medicina para uma boa parte do país.(porque me ufano da minha cidade *rsrs).Bom, mas além de tudo que envolve o ensino tem um ponto fundamental,que é o aluno.Tempos atrás fiz uma pesquisa de campo e me matriculei no Magistério,frequentei quase um ano,o que vi foi estarrecedor.O tema é complexo como sabemos,mas seguimos confiando em melhores dias.
bjus
Anônimo disse…
BÊ diz,de novo:
Pedro Paulo e Cris, o blog do Saramago é ótimo e continua sem os "comments"*rsrs.
E aí, meus comparsas MUITO estimados! Então: estamos na luta! Já começaram a surgir reações bacanas em algumas das comunidades do Orkut onde deixei posts divulgando a campanha do Léo! Na "Pirapora-MG" 2 cidadãos de lá somaram forças (1 deles até me adicionou em sua lista de contato). Na comunidade dedicada à Tom Zé (mais de 13.000 membros) o moderador reagiu positivamente, é um cara de perfil dinâmico, pragmático, será um aliado valioso! Vou adicioná-lo à minha lista e convidá-lo pro nosso convívio (seja no Blog do Tom ou em nossos respectivos blogs)! Como disse o querido compadre Pedro Paulo, o lance é persistir! Cada post que a gente coloca é como uma semente que a gente planta e depois tem que ir cuidando/regando, com muita paciência e persistência, pra vê-la florescer! Isso não é poesia, não é pieiguice, mas sim a SIMPLÉRRIMA sociodinâmica da cyber-convivência! Não há porque disfarcá-la sob rebuscada retórica: é literalmente uma JARDINAGEM! Sejamos pois jardineiros!:-) Bêzinha e Pedro: e por falar em Saramago, eu assisti recentemente o "Ensaio sobre a cegueira"! Maravilhoso!! E Lamp: os alfarrabistas são mesmo um bando de ANALFA-enrabistas espertalhóes e filhos de umas p*tas! Sou escarafunchador de sebos desde trocentos anos atrás e já vi dIspautérios absurdos (com "i" mesmo, pra sacanear certos ortografopatas, ou ortografopatetas, se preferirem), tipo um porco mercantilista seboso-sebóide dono de gordurenta espelunca livreira que botou num Camus (e o Camus gemeu de dor!*rs)preço aviltantemente alto (quase o preço de um sarcófago ornado com metais nobres e pedras preciosas)! Estou pra organizar o 11/09 que abalará a superestrutura alfarrabista!*rsrs (...) ON THE OTHER HAND, speaking seriously now: uma coisa muito simples e bacana que também pode ser feita pra contribuir na campanha livreira é o seguinte: BAIXAR E IMPRIMIR E-BOOKS QUE ESTÃO DISPONÍVEIS GRATUITAMENTE NA REDE, MULTIPLICÁ-LOS (VIA XEROX), ENCADERNÁ-LOS E DOÁ-LOS! Tem trocentos clássicos aqui (http://www.virtualbooks.com.br/v2/ebooks/?idioma=Português) e pra quem já aprendeu (ou ainda quer aprender) inglês lendo outros tantos livros tão maravilhosos, há o Projeto Gutemberg (http://www.gutenberg.org/wiki/Main_Page), que disponibiliza uma quantidade IMENSA de Livrubão!
É Cris: Há-braços mesmo!*rsrs (Os nossos, obreiros)!
Ah, Cris, eu já ia quase esquecendo de lembrar (?!): o Antônio Cícero foi inventar de acusar o Zizek de neofascista e aí não tive alternativa senão a de botar o irmão da Marina Lima pra correr!*rsrs O tiroteio tá aqui: http://debate-zizekiano.blogspot.com

Há-bs!
disse…
Sr.Marlos querido,já leu o livro?E o "Ensaio Sobre a Lucidez"?*rsrs
disse…
Cris, "Memorial do Convento",na minha opinião(importantíssima!) *rsrs,é o melhor livro do Saramago.Assim que puder,leia!
bjus
Pedro disse…
Bê: Tô doido pra ler o ensaio sobre a lucidez. É bom?
Marlos: O Centro Acadêmico de Ciências Sociais, vai doar parte dos livros arrecadados na matrícula para o Léo do Peixe! (se eles cumprirem o que me disseram). E aos poucos, tô correndo atrás e tentando aplicar o que você disse: cada ideia "que a gente coloca é como uma semente que a gente planta e depois tem que ir cuidando/regando, com muita paciência e persistência, pra vê-la florescer!". Lá nas Relações Internacionais tô batendo um ping-pong sobre iniciativas com o pessoal para ver se ajudamos de alguma maneira o Léo. No Mestrado em Administração, meu chefe quer que eu saiba primeiro como vou fazer para levar os livros, daí ele disse que podemos trabalhar umas ideias. Enfim, as coisas vão indo, engatinhando, mas é assim mesmo, muito difícil vir coisas boas de mãos beijadas. Vou nessa, na pressa, até mais galera! (bom vê-los! nem que seja nessa rapidez).
disse…
Oi Pedro Paulo,tudo bem? Eu gostei muito de "Ensaio sobre a Lucidez" e tenho o livro,mas pela distãncia acho difícil vc pegar emprestado.*rsrs.bjus.Está calor aí?
Pedro disse…
Bê: Que isso. Não tô aguentando mais o calor em BH! Puta que pariu! Hj choveu muito pouco, não adiantou nada! (!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!)
E o livro é bom mesmo? Ele faz um contraponto com o ensaio sobre a cegueira? Ou seja, é bom ter lido esse para ler o ensaio sobre a lucidez? Esse livro vai ser o próximo romance que vou ler! Bjo, até!
crica disse…
Como o gato de Alice,
é tarde, é tarde. É tarde, é tarde, é tarde. Se eu piscar perco a próxima aula.
382 crianças. 35 a cada 50 minutos.
Na escola : Professora! Em casa: Mãe! E todo dia aprendendo mais do que ensinando.Vivalavanca! como é bom ser burra.

Mas também arrumando um tempinho pra passar por aqui, ufa!

Mathias, peguei Mediocridade e loucura na Biblioteca, levo ele pra passear em tudo que é canto que vou. Só nos fragmentos por enquanto. Quando juntar o quebra-cabeça comento. Valeu!

Marlos, li tua resposta ao Antõnio Cícero. Pontual e necessária. Pô, não sabia que o canalha era irmão da Marina. Também acho que ele não leu merda nenhuma do Zizek e tá se fazendo de porta-voz dos liberais babacas que ele quer representar. Belo tiro Marlos. Na mosca!

Estou curiosíssima por este novo 11/09. No fim de semana vou escarafunchar essa tua ideia que me parece uma pérola. Também fiquei feliz à beça por saber que a solidariedade insistente tua e o do Pedro estão fazendo as coisas rolarem para o projeto do Zé, ops! Léo dos livros. Meninos vocês não existem! Pedro, estou esperando o segundo poema.

Bê, valeu pelos Saramagos. Eu havia esquecido do Ensaio sobre a lucidez que eu devia ter lido na rabeira do da Cegueira. Tá na lista, e o da Catedral também. A história da babá Orfeu é quando eu ponho a Isa pra dormir, só isso - O que é que você achou tanta graça aí, ô mulher? Tá babando é? Bjcas.

Fim de semana arrumo tempo pra falar com vocês.

É tarde, é tarde. É tarde até que arde! Pluft! Fui. Mas eu volto.


Bjcas solidárias.

Cris.
Pedro, saudoso comparsa: pois então, tô feliz, orgulhoso e torcendo pelo sucesso de seus esforços! A LUTA é essa aí mesmo, compadre! Eu, de cá, como não obtive resposta nenhuma dos radialistas da Pirapora AM, comecei a abordar aleatoriamente alguns cidadãos piraporenses (ou piraporanos, tanto faz), pra na base da boa conversa, deixá-los em alerta e engajados! Se na comunidade de Pirapora eu encontrar pelo menos duas pessoas que sejam persistentes como nós aqui (eu, vc, cris, bê e cia. ltda), a coisa da divulgação vai dar um salto bacanézimo! Não descanso enquanto eu não botar pelo menos uns 10 piraporenses pentelhando a rádio Pirapora!*rsrs

Bê: fiquei esperando ontem os textos da Maria Rita Kehl que vc disse que ia me enviar, sua maluquinha!*rsrs Ainda tô esperando, viu?:-)

Cris: Êita ralação! 382 pentelhinhos serelepes? Só mesmo com a lira de Orfeu, que abrandou as criaturas do Hades! Lira polivalente que ainda ressoa em casa, pra nanar a pequena Isa!

Pois então: o Antônio Cícero vacilou feio, escreveu mal pacas! Aliás, isso não é raro... Ele é um "poeta" que se celebrizou graças às boas amizades e contatos comerciais que desenvolveu sob o protetorado da irmã cantora. E nada mais. Aqui no Brasil, infelizmente, pululam os "sub-intelectuais de miolo mole", tal como o finado José Guilherme Merquior os chamava (Caetano entre os tais). Antagonistas de peso (muito preparados, tal como o Merquior) fazem falta demais. As polêmicas dele com o prof. Leandro Konder são lendárias, saborosas, enriquecedoras!

Neste final de semana, poish, escarafuncharemos e onzedessetembrizaremos, comadre!*rsrs

Aliás, conjuguemos:

eu babaízo, escarafuncho, tomzeízo, desortografopatetizo e onzedessetembrizo.

tu babaízas, escarafunchas, tomzeízas, desortografopatetizas e onzedessetembrizas.

...

vós (o "vós" é ótimo, mas fica mais engraçado no pretérito do subjuntivo): se vós babaizásseis, escarafunchásseis, tomzeízásseis, desortografopatetizásseis e onzedessetembrizásseis!*rsrs

...

Ah! E ainda nessa onda dos "palavrões" surreais, vcs lembram daquele samba ("Toda vez que eu chego em casa, a barata da vizinha tá na minha cama", etc...)?

Já pensou se eu chamasse o Baktivedanta Swami Prabuphada pra me defender?*rsrs

O samba ficaria: "Ele vai dar uma baktivendantaswamiprabuphadada na "barata" dela, ele vai dar uma baktivendantaswamiprabuphadada na "barata" dela"!*rsrsrsrs

Zeus do céu, deixa eu parar por aqui...*rsrs

Há brações pra vocês!
Cris e demais compadres/comadres: saindo de um extremo de descontração e indo pra outro, TRÁGICO, ABSURDO: o advogado da Arquidiocese de Olinda e Recife, Márcio Miranda, vai apresentar ao Ministério Público de Pernambuco (parece que será hoje ou no máximo amanhã) uma denúncia de homicídio contra a mãe da menina de 9 anos que estava grávida de gêmeos e obteve auxílio médico para abortar. PUTA QUE PARIU: depois o povo me chama de satanista quando eu espinafro o catolicismo!! É uma vergonha! Um d"I"spautério!! Não dá pra ser tolerante com o fundamentalismo ratzingeriano! De que adiantou o (SE)BENTO 16 ter travado debate cordial com Habermas em 2004, se na verdade o Vaticano permanece com uma postura xiita contra o aborto?
disse…
Marlos, não é demais.Não acredito,como pode gente assim.Não pode!!!
disse…
Marlos, não é demais.Não acredito,como pode gente assim.Não pode!!!
disse…
Cris, Pedro Paulo e demais,este trecho aqui é parte do livro "Ensaio sobre a Lucidez"-José Saramago."...falemos abertamente sobre o que foi a nossa vida,se era vida aquilo,durante o tempo em que estivemos cegos,que os jornais recordem,que os escritores escrevam,que a televisão mostre as imagens da cidade,tomadas depois de termos recuperado a visão.convençam-se as pessoas a falar dos males de toda espécie que tiveram que suportar,falem dos mortos,dos desaparecidos,das ruínas,dos incêndios do lixo,da podridão,e depois,quando tivermos arrancado os farrapos da falsa normalidade com que temos andado a querer tapar a chaga,diremos que cegueira desses dias regressou sob uma nova forma,chamaremos a atenção da gente para o paralelo entre a brancura da cegueira de há quatro anos e o voto branco de agora..."
bjus
wagner pires disse…
Marlos, não acho o Antonio Cícero subintelectual, não. Ainda, se não me engano, o Merquior era tremendamente reacionário, então, precisaria ver em que vocês discordaram. E, irmão da Marina ou não, ele tem uma produção até legal. Mais uma: Caetano parece ter lido Marcos Bagno e afirmado que há diferença entre o que ele pôs (e elogia o autor)em "Preconceito Linguístico" e o que ele usa dizer na Caros Amigos. De um jeito ou de outro, as discussões ficam mais violentas quando não se conhece o outro, como no caso deles. E acho que o Antonio Cícero, nem se fosse militante da direita neoliberal, pareceria reacionário.
Não dá - se for o caso - para cobrar posicionamento favorável a todo autor que a gente gosta..... Abraços...............E, antes que eu pareça conservador, todos os temas podem ser discutidos, não?
Então, compadre Wagner: "uma produção até legal" pra mim já é o suficiente pra caracterizá-lo como sub-intelectual! Pior ainda: o texto fraquíssimo do A. Cícero tentando reduzir Zizek à um neofascista é um vexame, levando-se em conta posicionamentos "até legais" que ele possa ter tomado face à outras questões contemporâneas! A.Cícero pecou por falta de rigor analítico e por reducionismo. Basta olhar no http://debate-zizekiano.blogspot.com o post que eu escrevi, contra-argumentando o texto dele, parágrafo por parágrafo. Por outro lado, falando agora de Merquior (que era sim reacionário, mas era um intelectual CRUCIAL nos grandes debates, dada a sua inteligência, erudição, preparo minucioso e suas argumentações instigantes e bem construídas): nunca concordei com Merquior mais do que 20% (sempre me aliei ao professor Konder), mas eu enalteço adversários bem preparados! Os debates se tornam ricos, nutritivos! Poxa, eu vi no Youtube um debate entre Alan Dershowitz (advogado que, além de notório republicano, se celebrizou por ter libertado O.J. Simpson) e Noan Chomsky (professor genial do M.I.T., lingüista e anarco-sindicalista): de um lado Alan defendendo o Estado de Israel e o sionismo e, do outro, Chomsky atacando! UM ESPETÁCULO DE DEBATE! Minhas posições se alinham totalmente com as de Chomsky, mas a argumentação de Dershowitz é brilhante, capciosa! Um adversário fraco é entediante. Já um adversário preparado, reitero, é admirável! E aí, veja você: tanto a dupla Merquior/Konder quanto a Dershowitz/Chomsky (ambos judeus, vale lembrar) consiste não apenas em debatedores super-preparados, mas sobretudo em pessoas que, fora da arena de combate ideológico, cultivam uma amizade. Debatendo, o pau come feio (sem ofensas pessoais, sem baixaria: só argumentação ideológica da pesada)! Acabou o debate, vâo jantar juntos, etc e tal. Gente grande, gente civilizada! (...) Sinceramente, não dá pra minorar o protetorado da Marina sobre o irmão. E ainda: de que adianta o Antônio Cícero agenciar toda uma retórica humanitária, sem se dar conta que essa retórica já foi COOPTADA pelo corporativismo? É essa a questão que Zizek levanta e que ele não conseguiu (ou pra ser mais preciso: não tentou) entender! (...) Quanto à Caetano, não me ocupo dele enquanto pensador. Dele só me interessam 3 discos da década de 70 ("Transa", "Araçá Azul" e "Jóia"), um da de 80 ("Estrangeiro") e outro que acho que é da de 90 ("Circuladô"). No mais, compadre Wagner, abraços pra vc e, sem sombra de dúvida, todos os temas podem e devem ser discutidos sim!:-)
wagner pires disse…
A minha memória anda péssima ultimamente. Não é droga. Mas anda. Marlos, minha conversa é sobre o conceito se é isso: subintelectual é classificação pejorativa, ninguém vai ler ou pensar o que o cara disser, é subintelectual.
Na praia em que me acampo, a poesia, Antonio Cícero, pra mim, é interessante. Se artista for "subintelectual", então concordo, o negócio dele ainda deve ser arte, mesmo artistas que tenham ideias mais próximas das nossas. Mas aí a gente desautorizaria todo mundo. Só isso.
Abraço.
wagner pires disse…
Memória e conexão, o textos fica fora de lugar. O caso é que dizer que artista é subintelectual, na minha opinião, é perda de tempo. O negócio do artista é arte. Fala outras coisas porque elas permeiam sua visão de mundo, que necessariamente vira arte. Se o cara tenta passar por pensador, piora. Não tem artista muito coerente, porque a coerência da arte termina quando acaba a peça, a poesia, a música. Ela fica fora do resto. Só gostaria de não concordar com a idéia de que o artista seja inferior, porque a medida dele é a forma. E a medida da filosofia é o conceito, ou a medida de cada disciplina é determinada por ela. Concordo com você, se você não disse que a poesia do cara é que o classifica como "sub". Porque hoje dificilmente a forma, o posicionamento e a informação, pelo menos, coincidem em uma mesma figuara de modo a classificá-la definitivamente nem como intelectual, superintelectual, subintelectual, porque não há em público uma produção analítica que preencha, nem ao menos, esses quesitos, de modo a confiarmos nos caras: o pessoal à direita quer que o mundo termine. Provavelmente com medo da alternância de poder, os de esquerda, não usam a economina em seu discurso, e os poetas, até agora, têm evitado a única atitude que se espera deles: traduzirem o momento. Vou procurar seu texto, mas antes, deixo de novo a minha oposição a essa idéia de subintelectual. A quem for. Ou é ou não.
wagner pires disse…
Outra da conexão. 'os caras de direita querem que o mundo termine, provavelmente com medo da alterância no poder'
Abraços. Wagner.
Wagner, compadre, muito simples: eu não disse que os artistas (em geral) são sub-intelectuais. Eu disse (e reitero, serenamente) que Antônio Cícero é um sub-intelectual. Como poeta ele pode até ter bons momentos em sua produção, mas como pensador, sorry, ele deixa MUITO à desejar!

E sabe qual é o meu parâmetro comparativo? Outros artistas que são INTELECTUAIS PRA VALER! Vou aqui aproveitar pra dar alguns exemplos que servem pros "Antônios Cíceros" colocarem humildemente o rabo entre as pernas e saírem de mansinho:

1) A prosa analítico-ensaística dos poetas Haroldo de Campos, Augusto de Campos e Décio Pignatari;

2) A ensaística do compositor e maestro Pierre Boulez;

3) A ensaística do compositor, arquiteto e matemático Iannis Xenakis;

4) "O Pesa-nervos", "O teatro e seu duplo", "Surrealismo e revolução" (entre outros tantos livros, artigos e ensaios) do genial esquizofrênico Antonin Artaud, que influenciou os filósofos Deleuze e Guattari a criarem a esquizanálise;

5) A ensaística rigorosa de Kandinsky, propondo uma gramática da abstração em seu "Ponto, linha e plano";

6) Não posso esquecer de jeito nenhum da ensaística de Mário Chamie, do movimento Poesia Práxis (antípoda dos concretistas);

7) os livros didáticos de Fayga Ostrower sobre a história da arte e sobre a pintura;

8) Salvador Dalí e seu método paranóico-crítico (que influenciou Lacan);

9) A ensaística de João Cabral de Melo Neto (ele, o Johann Sebastian Bach da poesia tupiniquim, com sua lapidação vocabular virtuosística);

10) Stravinsky, seja em seu livro "Poética musical em 6 lições" ou nos outros em que dialogou com Robert Craft;

11) A ensaística do artista plástico carioca Eduardo Kac, extraordinário expoente da Bio-arte;

12) A ensaística de Milan Kundera (seus livros "A arte do romance" e "Testamentos traídos" dão testemunho de grande vigor intelectual e erudição).

Enfim, a lista é MUITO longa, então vou parar por aqui: se cada artista que acabei de elencar equivalesse à um murro de Mike Tyson na cara do Antônio (e eles tem esse peso), PUTZ, ele já não teria nem mais cara, sequer ossatura craniana (só veríamos fragmetos esmigalhados de ossos, dentes, gengiva, etc)!*rsrs

Então, é muito fácil caracterizar um sub-intelectual: é um tirador de onda "sofisticadinho". Não tem rigor pra articular suas idéias, não tem leituras consistentes (leu apressadamente, se é que leu, e já sai comentando, sem nem ao menos se dar o trabalho de citar as palavras de seu antagonista tal qual ele as proferiu/escreveu, e por aí vai).

Então, quando artistas exercem PRA VALER sua intelectualidade, suas idéias pulam o muro estéril da academia e vão TRANSAR/FECUNDAR as mentes libertárias que estão lá nos laboratórios científicos! E aí sim fica bonito de se ver o que vai surgir dessa parceria gozosa!

Então, Wagner, deixemos o Antônio Cícero escrevendo poesia pq quando ele tenta (pretende) ser ensaísta, a coisa fica (MUITO) feia pro lado dele...*rsrs

Há braços!
Aliás, eu não poderia cometer o crime de esquecer desse que é um notável exemplo de filósofo/artista: JEAN-PAUL SARTRE (vigoroso tanto como pensador quanto como romancista)! Enfim, são esses vultos extraordinários e suas obras maravilhosas que nos dão a medida/parâmetro pra situar quem tá falando sério e quem tá só tirando onda!*rsrs Mais uma vez, há braços! :-)
Anônimo disse…
Putz, tava lendo os comentários aqui, e lembrei, tenho um livro do Artaud, Vida e Teatro eu acho.
Mas foda-se o título, vou incendia-lo esta semana ainda.
No balaio acho que ateio também o Dario Fô, com o Manual Mínimo do Ator.
Nem sei por que tenho estas merdas de livros, acho teatro um saco.
Ah tá, isto aqui tá mais para aprisco do que prá covil.
Todo mundo muito bonzinho.
Tô me angajando no Movimento Pocotista de Guarulhos, onde defenderemos a tese que a Eguinha Pocotó é infinitamente melhor do que No Meio do Caminho (aquele aplique-poema do Drummond, que todo cara muito chato gosta).
Prá finalizar, não professo nenhuma religião, mas sou contra o aborto.
Cris se pans e der leia também o Guerra Civil do enzesberg.
Beijos a todos
Lamp
HAHAHAHA! Só vc mesmo, Lamp!*rsrs

Não tem como a gente se emputecer contigo!*rsrs

Há braço!
wagner pires disse…
Marlos, só acho, por mim, que intelectual é coisa de idoso. Mas beleza, são claros os teus critérios.
Acho, do meu lado, que o que de melhor fica da lição dos Pignatari e cia. seja a ideia da sincronia. Se as falas estão ultrapassadas, fiquem onde estão. Infelizmente para nós, esse time que você elencou já está quase completamente fora de jogo, ninguém responde nem ao momento atual, nem às condições da convivênvcia, no que posso comemorar a escolha de vocês de ler quem tente responder a essas situações. Mesmo conhecendo quase tudo na lista, ainda acho que só dá pra levar em conta você, o pessoal do blog, as pessoas que respondem às mesmas questões que estão vivas, até porque o resto já virou história da arte, da cultura, da filosofia, com exceção do Kundera e do Kac. Mas são modelos legais. Abraços, Wagner............
Bom, Wagner, não há consistência nenhuma na sua argumentação, compadre.

Primeiro por que intelectualidade é uma coisa, velhice é outra e cada uma delas possui inúmeros desdobramentos interessantes, bem como inúmeras possíveis correlações (haja visto o exemplo tanto de Tom Zé quanto de Pierre Boulez, ambos idosos, o 1º com 73 anos e o 2º com mais de 80, ambos gozando de gigantesca saúde, lucidez e criatividade, travando um produtivo diálogo com a juventude)!

Então esse reducionismo seu de dizer assim, toscamente, que "isto é coisa daquilo" não passa de teimosia PUERIL e também de falta de pique pra analisar a especificidade de cada fenômeno com a calma e atenção necessárias.

Bom, do grupo Noigandres, não fica só a noção de sincronia não: há também o conceito de DIACRONIA, que procura dar conta de fazer o que Haroldo de Campos chamou de uma ARQUEOGRAFIA DE VANGUARDA, ou seja: de elencarmos todos aqueles autores/obras que foram injustamente esquecidos no passado e cujas idéias, então não plenamente exploradas, ainda podem ter grande serventia.

Com isso em mente, os Campos e Pignatari resgataram pra nós Sousândrade (entre outros autores notáveis por suas idéias audaciosas)!

Não há leitor onividente/onisciente.

Não há leitura onividente/onisciente.

Por mais diligentes que sejamos (e é importante que sejamos!), sempre algo nos escapará, ficará ignorado injustamente.

Por força dessa evidência ululante, é que se torna necessário SIM olhar pra trás, pra buscarmos RELER e RECUPERAR sentidos e possibilidades interpretativas que foram ignoradas seja por nós mesmos ou pelos comentadores de outrora!

Então TODOS os artistas com grande porte intelectual que elenquei no meu comentário anterior, PERMANECEM SUMAMENTE IMPORTANTES E RELEVANTES! Eles e muitos outros que não listei!

Tendo em mente essa nossa não-onividência e não-onisciência, seria preciso estar em delírio megalopata pra pensarmos que podemos afirmar de imediato (precipitadamente):"Ah, isso daí eu conheço e não serve mais pra nada, já caducou, já era", porque os contextos culturais se reconfiguram e o que antes poderia nos parecer datado, acaba se reapresentando como relevante e merecedor de renovada atenção.

No mais, quem foi que disse que pra ser relevante e atual, um pensamento tem que estar 'sine qua non' SINCRONIZADO com a contemporaneidade?

É uma questão capciosa, zizekiana a que estou fazendo.

Há toda uma casuística aí que não podemos deixar de avaliar.

Afinal, quem foi que falou que o simples fato de estarmos vivos hoje, pensando os problemas de hoje, funciona como garantia de que nossas idéias serão relevantes e aptas a gerar soluções?

Não podemos esquecer que o sujeito que pretende se articular como pensador, passa primeiro por toda uma série de pressões formatadoras de sua subjetividade por parte do contexto cultural e sociotecnológico.

Num primeiro momento, será à partir dessa subjetividade constrangida que o pensamento se articulará. Para avançar, portanto, no sentido de uma libertação, ele terá que se alicerçar no que houver de mais lúcido tanto no presente quanto no que ficou injustamente esquecido no passado!

A aventura de libertação e reformatação da subjetividade (buscando uma autonomia intelectual) é uma mistura de alpinismo com escavação!

Então, já que é importante sim olhar pra trás, escavar idéias como quem escava minérios, eu te pergunto: O que vc pensa que é estar "sincronizado"?

1)Estar sintonizado com toda a retórica vigente (retórica formatada pela cultura de massa contemporânea)?

2)Desprezar a possibilidade de encontrar apoio nas idéias de outros autores só porque eles já morreram e viraram parte da história?

Defendo, como os concretistas, uma dialética entre sincronia/diacronia! Dialética essa que busca nos oferecer lúcidos parâmetros de reflexão sobre a produção cultural, seja a do presente ou a do passado.

Você disse que "conhece", então vou te dar o crédito: quando puder e quiser, pegue na sua estante o "Apontamentos de um aprendiz" (de Pierre Boulez) e leia o capítulo intitulado "Stravinsky Permanece!"

É um ensaio emblemático, no tocante à essa questão de diacronia/sincronia!

Aliás um ensaio que se entrosa muito bem com a abordagem analítica de Milan Kundera no seu "A arte do romance".

Curioso que você, mesmo "conhecendo" os livros que elenquei, elogiou um (Kundera) mas não percebeu as MUITAS correlações e parentescos que existem entre ele e o de Boulez...

Enfim, é como eu disse antes: não somos onividentes e os graus de diligência e fôlego de leitura e análise variam de leitor pra leitor!

Aliás, no que tange ao sexo (fôlego, vontade, atenção, lubricidade) ocorre o mesmo !*rsrs


Há braços!

Marlos
wagner pires disse…
Caramba, pessoal. A resposta mais educada foi pro espaço - a alegada dificuldade de conexão continua valendo. Bom. Marlos, desconfiar se li não ajuda, dizer que não tem consistência, ou que é pueril, você ajuda mais a criar outros climas, e não gosto muito de dizer que li nem o Pererê do Ziraldo, menos ainda algum dos autores enumerados. Quer dizer, em alguns casos, acho que a leitura é individual, corresponde a buscas pessoais, não coletivas. A resposta é que pode ser aproveitada pelo coletivo, mas a pergunta, essa eu acho que tem que ser íntima. Assim, ter lido, não ter lido, não mudaria muito. Como minha tentativa é de mostrar autores com feição "urbana" e que possam ser lidos com prazer (visão de editor), pouco me importa o quão bom sejam alguns autores.
Isso é uma lição dos concretos. Charles Baudelaire e Artaud, por exemplo. O primeiro, se aparecer é como nota de rodapé, o segundo... só se elogiarem a editora do J. Guinsburg. Então, como vivo procurando autores, faço necessária vista grossa a alguns. Não aos elencados, mas a muitos outros que outros mencionem porque não pretendo ser erudito, mas ter respostas pessoais ao que me instiga. Isso vai trocando: aos 15, rebeldia, aos 20, soma, agora, nada que não utilize quase imediatamente. Quer dizer, meu repertório está nessa lista: libertários e psicólogos dedicados à psicotearapia envolvendo o corpo. Facilmente identificável. Se o libertário for poeta, bom, se for artista plástico, ou se for simplesmente um revolucionário doido, bom também. E, na outra linha, de Freud a Reich, só o necessário para chegar ao modelo da bioenergética. Porque faço teatro, futebol, e amo umas mulheres que me falam da linguagem da dança. Agora, isso só diz da minha leitura.
Não é receita e minha posição é desabridamente juvenil porque é parte de minha trajetória: como manter-se ativo e fora dos esquemas? Sendo superficial como os que decidem. Diariamente vivo essa condição: convencer e traduzir, não aos admiradores do Zizek, mas aos diretores de colégios, órgãos de cultura, jornais, e isso não tem nada a ver com demonstrar conhecimento: tem a ver com eficácia. Quer dizer, pueril elogia, porque não vou perder tempo, no dia-a-dia, deitando explicações. E além disso, a gente sabe que explicar e argumentar não tem mesmo a ver com o que fiz. Estou pensando em meu próprio dia-a-dia, lidando com contatos, convites, conversas, propostas culturais, e em nenhuma alguém sabe ou menciona "intelectuais". Mencionam posição, profissão, cargo. Isso é o que disse de achar fora de época a moção do intelectual: é o cara que escreve pro jornal, é o professor, é quem a gente lê? Bom, você conhece a realidade de uma faculdade, com suas atribuições de aulas suspeitíssimas, e conhece o mercado editorial com suas propostas também desonestas, então, mesmo se apontarmos veículos de comunicação, teremos a óbvia e saudável indicação dos conhecidos pelo editor. O que nos deixa longe do "intelectual". Só pessoas ganhando algum dinheiro. Nem que fosse pretensão responder eu faria: 12 itens, com temas diversos, não se respondem e menos ainda se responde a títulos de livros, não é? Você é um cara inteligente, e com sede de argumentos, admiro isso. Re-reconheço, pois já tinha feito isso. Agora, acho que coincide com Barthes, mas a fala da gente é situada, histórica ou ideologicamente, por isso é que comentei que Merquior era reacionário, e que aceitar - já que existe a "subcategoria" - passivamente a expressão "intelectual" era "velha", porque remete a - sem dúvida - tempos passados há muito. Pensei também em Sartre.
Mas como li muito mal, Só o SER e o NADA e o "Huis Clos", e ainda à força, eu não queria sacanear fazendo que conhecia.
Até, Wagner
Bom, Wagner, vou colocar aqui então meu comentário sobre seu último comentário (reprisando e intercalando cada parágrafo seu com um meu).
W-“Caramba, pessoal. A resposta mais educada foi pro espaço - a alegada dificuldade de conexão continua valendo. Bom. Marlos, desconfiar se li não ajuda, dizer que não tem consistência, ou que é pueril, você ajuda mais a criar outros climas, e não gosto muito de dizer que li nem o Pererê do Ziraldo, menos ainda algum dos autores enumerados”.

R= Não, não há dificuldade de conexão. Há isto sim uma franca e direta divergência minha contigo. E não há nisso motivo pra ofensa pessoal. Não se trata de ajudar a criar outros climas, mas sim de dizer pra você, frontalmente, que você não está argumentando com consistência. A puerilidade que apontei em você é exatamente essa de ter tentado CONTINGENCIAR todo um elenco de autores importantes, acusando-os de estarem datados e não-sincronizados com a contemporaneidade. Que bom que você agora assumiu que não gosta de dizer que leu nem o Pererê: é uma postura mais despojada, muitíssimo menos pretensiosa que a anterior (a de dizer:“Mesmo conhecendo quase tudo na lista (...) Infelizmente para nós, esse time que você elencou já está quase completamente fora de jogo, ninguém responde nem ao momento atual, nem às condições da convivência”. Você invocou os concretistas e o conceito de sincronia para tentar lançar os autores por mim elencados no limbo, mas se esqueceu do conceito de diacronia. E principalmente da dialética entre uma e outra. Um esquecimento aliás sintomático, decorrente da sua argumentação mal construída.
W-“Quer dizer, em alguns casos, acho que a leitura é individual, corresponde a buscas pessoais, não coletivas. A resposta é que pode ser aproveitada pelo coletivo, mas a pergunta, essa eu acho que tem que ser íntima. Assim, ter lido, não ter lido, não mudaria muito”.

R= Novamente um reducionismo. As perguntas que deslancham processos criativos (e aí não me restrinjo à produção literária) podem ser tanto de natureza íntima e individual quanto de natureza comunal, coletiva. Os processos de perquirição existencial são inúmeros. Ler ou não ler este ou aquele autor, portanto, faz total diferença!
W-“Como minha tentativa é de mostrar autores com feição "urbana" e que possam ser lidos com prazer (visão de editor), pouco me importa o quão bom sejam alguns autores.
Isso é uma lição dos concretos. Charles Baudelaire e Artaud, por exemplo. O primeiro, se aparecer é como nota de rodapé, o segundo... só se elogiarem a editora do J. Guinsburg”.

R= Feição urbana? Visão de editor? Zeus do céu! Mostrar autores urbanóides pra quem? Wagner, você está operando em cima de abstrações fetichizadas e reificadas, típicas do modus operandi mercantilista. Cria-se uma idéia abstrata de “público”, outra idéia abstrata de “gosto do público” e aí você procura saciar essa demanda fantasmática com os tais autores supostamente “urbanos” e de “prazeirosa legibilidade”, os quais você elenca baseando-se no SEU gosto pessoal (porque no final das contas, na medida em que as decisões editoriais são prioritariamente suas, então é o seu gosto, transferencialmente projetado sobre esse “público” imaginário, que irá definir os autores que serão publicados). Enfim: é como no caso de Bush e da invasão do Iraque! Precisa-se de uma desculpa pra poder disfarçar o arbítrio. As “armas de destruição de massa” e o “gosto do público” são apenas desculpas esfarrapadas. Pra piorar tudo: o que é que os concretos tem a ver com essa patasquada comercialóide? Com esses cálculos mercantilistas? Não há em lugar algum da produção teórico-ensaística dos concretos, NADA que corrobore o que você está dizendo. Bastaria ler “À margem da margem” (do Augusto de Campos) ou “Comunicação e contracomunicação” (do Décio Pignatari) pra você cair na real! Trivializar Baudelaire e Artaud, submetendo-os à fisiologices entre editoras e ainda tentar usar os concretistas pra justificar isso é o cúmulo da inconsistência!
W-“Então, como vivo procurando autores, faço necessária vista grossa a alguns. Não aos elencados, mas a muitos outros que outros mencionem porque não pretendo ser erudito, mas ter respostas pessoais ao que me instiga”.

R= Antes você tentou contingenciá-los, agora já não faz mais vista grossa à eles...Certo...Quanto a não pretender ser erudito, tudo bem, nada contra (embora a erudição seja uma ferramenta útil também, porque nos permite, entre outras coisas, reconhecer quando uma pessoa está distorcendo as palavras e conceitos de outros autores, durante uma conversa).


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W-“Isso vai trocando: aos 15, rebeldia, aos 20, soma, agora, nada que não utilize quase imediatamente. Quer dizer, meu repertório está nessa lista: libertários e psicólogos dedicados à psicotearapia envolvendo o corpo. Facilmente identificável. Se o libertário for poeta, bom, se for artista plástico, ou se for simplesmente um revolucionário doido, bom também. E, na outra linha, de Freud a Reich, só o necessário para chegar ao modelo da bioenergética. Porque faço teatro, futebol, e amo umas mulheres que me falam da linguagem da dança. Agora, isso só diz da minha leitura”.

R= Fico pasmo como você conseguiu reduzir, na economia íntima do seu imaginário, toda uma corrente séria de pensadores profundos como Freud, Reich (dentre outros tantos da área psi) à condição de coisas, de SIMULACROS. Porque levando-se em conta toda a tua inconsistência argumentativa e sobretudo a fisiologice do teu trato mercantil e banalizante com a cultura, quando você pronuncia “libertário”, isso não passa de um blefe! Você não tem a menor noção do que é isso, ser libertário pra valer. Não, não estou sendo radical contigo! Você mesmo dará sua confissão de incipiência logo à seguir!
W-”Não é receita e minha posição é desabridamente juvenil porque é parte de minha trajetória: como manter-se ativo e fora dos esquemas? Sendo superficial como os que decidem”.

R= Ser superficial como os que decidem, te coloca fora dos esquemas superficializantes? Tá de brincadeira, né?*rsrs Ou seja: a grande solução revolucionária e libertária (na sua cabeça) está na cumplicidade com a frivolidade! Putz! É uma piada!*rsrs

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W-“Diariamente vivo essa condição: convencer e traduzir, não aos admiradores do Zizek, mas aos diretores de colégios, órgãos de cultura, jornais, e isso não tem nada a ver com demonstrar conhecimento: tem a ver com eficácia”.

R= Pra piorar as coisas, você chama de eficácia a sua complacência com o status quo. Pura fisiologice estratégica. Como se não houvessem outros caminhos, outras formas de se comprar a briga de defender determinados valores culturais sem sucateá-los, sem deixá-los totalmente à mercê das mesquinharias fisiológicas e do tráfico de influência que impera no trato entre instituições públicas e privadas e entre os demais agentes culturais.
W-“Quer dizer, pueril elogia, porque não vou perder tempo, no dia-a-dia, deitando explicações. E além disso, a gente sabe que explicar e argumentar não tem mesmo a ver com o que fiz. Estou pensando em meu próprio dia-a-dia, lidando com contatos, convites, conversas, propostas culturais, e em nenhuma alguém sabe ou menciona "intelectuais". Mencionam posição, profissão, cargo”.

R= “Brilhante” corolário da sua complacência com a ideologia vigente! Ela colocou essa música e quem seria você pra ousar ir lá e quebrar o disco, a vitrola, etc? Ou, menos drasticamente: recusar-se a dançar essa dança dos simulacros, dos estereótipos, das simulações, dos reducionismos, da medíocre rendição à superficialidade e à frivolidade, em nome do culto ao poder (posição, profissão, cargo). Você colocou as coisas de uma tal maneira, que fez até parecer que ter a coragem/vontade de trilhar outros caminhos seria um atestado de ineficácia! Mas não: pueril, no seu caso, não se aplica como elogio. No seu caso, ela significa: juvenil rendição aos esquemas dominantes.

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W-“Isso é o que disse de achar fora de época a moção do intelectual: é o cara que escreve pro jornal, é o professor, é quem a gente lê?”

R= É muito simples: intelectual é qualquer criatura dotada de intelecto e que o usa, com variado grau de eficácia. Dependendo deste grau de eficácia, poderemos chamá-la de super, mediana ou sub intelectual. Este conceito não é um modismo, não depende de época. Não é uma “noção”, mas uma virtude operatória, pragmática, do aparato humano, do biohardware.
W-“Bom, você conhece a realidade de uma faculdade, com suas atribuições de aulas suspeitíssimas, e conhece o mercado editorial com suas propostas também desonestas, então, mesmo se apontarmos veículos de comunicação, teremos a óbvia e saudável indicação dos conhecidos pelo editor. O que nos deixa longe do "intelectual". Só pessoas ganhando algum dinheiro”.

R= Enfim, mais uma vez, uma descrição do triste quadro medíocre que precisa mudar. E que não vai mudar nunca se as pessoas continuarem inventando desculpas esfarrapadas pra justificarem sua conivência.

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W-“Nem que fosse pretensão responder eu faria: 12 itens, com temas diversos, não se respondem e menos ainda se responde a títulos de livros, não é?”

R= Bom, se os 12 autores (e suas respectivas obras) por mim elencados fossem autores que você, ao longo de muitos anos, tivesse lido com muita atenção e reflexividade, tendo metabolizado seus conceitos, separando o que ficou datado daquilo que ainda permanece vigente, aí sim você conseguiria, numa síntese existencial e literária, fazer comentários consistentes. Mas como não é o caso, então não passam (no seu imaginário) de “temas diversos” e “títulos de livros”. E é por isso mesmo, eu faço questão de repetir, que fica claramente confirmada a sua inconsistência argumentativa ao tentar contingência-los.
W-“Você é um cara inteligente, e com sede de argumentos, admiro isso. Re-reconheço, pois já tinha feito isso”.

R= Sim, eu sou inteligente, é verdade. Mas não tenho sede de argumentos: eu de fato POSSUO argumentos. E não vejo absolutamente nenhuma semelhança entre nós, o que implica que JAMAIS você esteve na minha posição. Eu tenho 40 anos, 25 destes passados em luta contínua com a pressão mediocrizante realizada pelo sistema. Vivo da minha arte e conquistei isso à duras penas. Perdi algumas batalhas, venci outras, e não desisto! Ainda tenho muito à conquistar e por isso permaneço na luta. Passei boa parte da minha adolescência ouvindo pessoas me falando pra fazer concurso público, porque eu sou inteligente, passaria fácil, etc, mas NUNCA quis ser funcionário público e não sou. Nada contra quem é (pois se até mesmo Kafka e nosso Drummond o foram). Mas eu não quis. Então tenho muito orgulho das posturas que adotei e muita gratidão por todo o apoio que recebi de pessoas maravilhosas que me ensinaram MUITO, NA REAL, NA PRÁTICA, compartilhando valores e somando forças comigo. Essas pessoas maravilhosas me mostraram que outros caminhos são sim possíveis!
W-“Agora, acho que coincide com Barthes, mas a fala da gente é situada, histórica ou ideologicamente, por isso é que comentei que Merquior era reacionário, e que aceitar - já que existe a "subcategoria" - passivamente a expressão "intelectual" era "velha", porque remete a - sem dúvida - tempos passados há muito. Pensei também em Sartre. Mas como li muito mal, Só o SER e o NADA e o "Huis Clos", e ainda à força, eu não queria sacanear fazendo que conhecia”.

R= Bom, eu deixei bem claro que invoquei o nome de Merquior não por eu concordar com suas posturas reacionárias, mas por admirar a consistência argumentativa dele: prosa clara, erudição pontual, capciosidade. Me espanta que você, citando corretamente Barthes no que tange à circunscrição ideológica da nossa fala (ou em termos bem simples: a cumplicidade e conluio que a conecta com as estruturas do poder), não perceba o quanto a sua está infelizmente comprometida. Me espanta ainda que você, tendo mencionado anteriormente sua predileção por libertários, não tenha conseguido nem tampouco saborear a produção sartreana (se o “Ser e o Nada” e “Huis Clos” não lhe apeteceram, poderia ter tentado outros) e muito menos encontrar nela ferramentas conceituais pra lidar com os desafios da vida. Isso, aliás, corrobora o que eu já havia dito: que a palavra “libertário”, quando proferida por você, não passa de um blefe.

Marlos
wagner pires disse…
Que chateação. Só vou apontar outra informação: Pignatari, Augusto de Campos e Haroldo de... são CONCRETOS.... João Cabral, poeta reivindicado por.....CONCRETOS.

Depois: Stravinski, Boulez, arquitetura....estudados pelos, vejamos, CONCRETOS.

A palavra "Concreto" passou por vossas cabeças? Por enquanto, aqui, ela se repete. Aliás: só ouço, sob sua sonoridade tão presente, uma outra: PAIDEUMA.

Sobrou alguém? Artaud, vejamos, pelo menos.... ah, é autor da editora dos....CONCRETOS.

Aliás, Fayga Ostrower é obrigação de quem mexe com arte, por que tentar debater se é obrigatória tanto quanto um Campos para quem estudar letras?

Adiantemo-nos com Kandinski? Aí já seria abuso. Só que se passar pela "Poesia Moderna Russa", com tradução dos.......CONCRETOS se encontra lá, no meio dos outros autores.

Bom, pelo menos acho que o Tom Zé, esse, deve estar longe dos vocês sabem quem. Não!!!!!!!

Até mesmo ele, mencionado na edição de crítica literária VERSO, REVERSO, CONTROVERSO. De quem é? Um pirulito a quem adivinhar!Outro....CONCRETO.

Vejamos, o intragável ensaísta Mário Chamie, um...EX-CONCRETO.

Aliás, o pouco desconhecido Pound, só por um acaso é crítico literário com informação musical, e como seu leitor-modelo, o poeta-crítico Augusto de Campos também se dedicou à crítica musical, e pega aí: tropicálias e ÉUMDIAÉUMDADOÉUMDEDO....

Sobrou alguém? Vai saber, talvez Kundera... esse, será, ah, o best-seller desconhecido?

Tem saco, viu. De Merquior a Kac, a gente vai descendo e desaba num farsante chamado Salvador Dali.

Eis a SINCRONIA. Eu, que não leio, não poderia dizer se há também algum modo de aproximar os últimos 4 dos CONCRETOS. Mas: Octavio Paz, pelo menos eles sugerem, não? E para quem se interessar, há uma coletânea de surrealismo para sair pela editora dos.......CONCRETOSSSSSSSSSS.

Problema? Nenhum. Mas você está bem para a sabatina de CONCRETOS e de suas indicações. Aliás, por isso devo pensar que você é mesmo um grande cara, lendo indicações. A próxima relação que fizer, seja pelo menos original.

Ficar nas costas de autores de 70, 80 anos não pega em nada. Ah. Não é para sofisticar. É que por aqui a gente vê a leitura sem frescurices. Quem quer, lê, quem não quer que se lasque. E quem leu que não encha o saco. Ou você acha que a minha turma é de leitores carentes do muito-bem-informado CRÍTICO cultural que o senhor se acha? Não deixe a simpatia subir à cabeça, achei só pretensiosa e envelhecida a relação. Mas para um debatedor que se fia no MERQUIOR...

Abraços,
Concretamente,
Wagner
Ué, Wagner? Antes você estava argumentando inconsistentemente (ainda continua), mas agora resolveu acrescentar uma dose de ironia que, ao invés de me aborrecer, pelo contrário, está indo contra você mesmo (mais uma vez)!*rsrs

É muito simples: apesar do seu desdém e do seu tom queixoso e birrento, SIM, a contribuição dos CONCRETOS (reitero) foi/é sumamente importante!

Não tenho embaraço algum em assumir e ostentar a influência enorme que eles tiveram sobre minha formação! Aliás, não só a deles: Sartre, Lacan, Foucault, Deleuze, Derrida, Zizek, Chomsky, entre tantos outros, também foram/são cruciais!

Se, como você mesmo disse, não há problema algum nesse elenco concreto, então só vejo nisso razão para CELEBRAÇÃO.

E não se trata de ficar nas costas de ninguém, mas de ter genuinamente crescido através da leitura desses autores, os quais recomendo fortemente, porque infelizmente muita gente não os conhece (ou pelo menos não os leu com a devida atenção) ainda!

Ao elencá-los, cumpri perfeitamente o propósito de demonstrar que existem sim grandes exemplos de artistas/intelectuais com excelente prosa ensaística, frente aos quais fica evidente o despreparo de Antônio Cícero (quando ele atacou Zizek, por exemplo). Foi esse o meu objetivo, ao listá-los!

Eu não pretendi apresentar uma lista "original", porque isso é fácil de fazer pegando-se indicações lá e cá em sites dedicados à literatura (e existem mesmo sites ótimos).

Preferi listar aqueles que me são caros, aqueles que li com paixão, que estão bem aqui à minha frente, na minha estante.

Então eu imagino muito bem qual seja a "chateação" que eu esteja lhe causando!*rsrs

Você invocou por duas vezes os concretos pra tentar justificar suas incipiências (primeiro você fez mau uso do conceito de sincronia e depois tentou justificar uma fisiologice editorial). Aí eu contra-argumentei mostrando pra você que suas argumentações foram mau construídas.

Você ficou zangado, irritado!*rsrs

Natural!

Mas enfim, eu não me acho um "muito-bem-informado CRÍTICO cultural". Eu na verdade sou um camarada que gosta de ler, que lê com calma, muita calma e atenção, pra não sair falando bobagem por aí!

É da minha índole apolínea!

E essas suas tentativas de escapar pela tangente, defendendo o que eu não ataquei e atacando o que eu não defendi (Merquior, por exemplo, o qual, como expliquei comentários atrás, eu admiro pela genuína capacidade de articulação argumentativa, mas deprecio pelos valores reacionários, assim como Alan Dershowitz).

Minha turma é de pessoas que gostam de DIALETIZAR e de ler com calma, com atenção, sem precipitações, pra não sair por aí fazendo reducionismos toscos.

A galera cyber-lobotomizada que sofre de déficit de atenção, obviamente, acaba ficando cansada (porque seu fôlego foi drasticamente reduzido pela dieta superficilizante da cultura de massa).

Oferecer um genuíno copo de suco de fruta pra quem tá acostumado com refresco industrializado é mesmo um desafio e tanto!*rsrs

Enfim, Wagner: neste tabuleiro, o cheque-mate já rolou faz tempo!*rsrs E foi cheque-pastor!*rsrs

Mas eu entendo o seu lado: você ainda está em DENIAL!

Enfim, não vejo mais razão alguma pra me estender em considerações, porque deixei tudo muito bem esmiuçado nos comentários anteriores que fiz!

Então, daqui pra frente, enquanto não aparecerem argumentos mais bem embasados de sua pessoa, vou me limitar apenas a recomendar que você releia com calma o que eu já escrevi.

Há braços

Marlos

p.s. Evoé NOIGANDRES!

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