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Eu não decido, tu não decides mas ela aborta

CPI DO ABORTO?
Às vésperas do Dia da Mulher, o aviltante episódio da menina de 9 anos, grávida de gêmeos após ter sido estuprada pelo padrasto, que enfrentou outra violência ao buscar o aborto, previsto em lei nesses casos, é apenas mais um exemplo da obscuridade que cerca o debate. O arcebispo de Olinda e Recife, dom José Cardoso Sobrinho, achou por bem excomungar a mãe da garota, os médicos e a equipe envolvida no caso. Ao pedófilo estuprador, talvez tenha recomendado um Pai-Nosso e cinco Ave-Marias.
Na sexta-feira, 6, um encontro entre organizações do movimento feminista e deputados federais, estaduais e vereadores do estado de São Paulo abordou um tema caro às mulheres: o direito ao aborto. Foram convidados Luiza Erundina (PSB), José Genoino (PT), Janete Pietá (PT), Paulo Teixeira (PSOL) e Ivan Valente (PSOL), entre outros, para um debate na Assembléia Legislativa de São Paulo.
A movimentação da Frente Nacional Contra a Criminalização das Mulheres e pela Legalização do Aborto, que inclui a totalidade das organizações feministas brasileiras, acontece em um momento em que a CPI do Aborto corre o risco de ser instalada na Câmara.
Em dezembro, quando a comissão foi proposta, CartaCapital publicou uma reportagem sobre o tema.
“Caso passem a investigar a clandestinidade do aborto, sabemos que isso resultará na criminalização das mulheres, essencialmente as negras e pobres, que enfrentam as situações mais precárias”, diz Sônia Coelho, da Marcha Mundial das Mulheres, uma das organizações envolvidas.
“Essa CPI seria um retrocesso muito grande. Queremos, sim, uma CPI para investigar por que os métodos contraceptivos não chegam às mulheres necessitadas, por que os hospitais maltratam e torturam as vítimas de aborto, por que não se cumpre o direito de realizar o aborto legal na rede pública de saúde”, sugere a ativista.
Confira, abaixo, a reportagem “Cuidado ou cadeia?”, publicada na edição 526 (17 de dezembro de 2008):
Ninguém gosta, ninguém planeja. Ainda assim, todos os anos, cerca de 240 mil brasileiras são internadas nos hospitais do SUS em decorrência de abortos inseguros. Elas chegam com hemorragia, infecções e não raro são destratadas por médicos e enfermeiras. O aborto é crime no Brasil e, se isso não diminui as ocorrências, como mostram pesquisas no mundo todo, enche de medo, vergonha e fragilidade as mulheres que o praticam. Enquanto o Ministério da Saúde trabalha para que o assunto seja tratado como questão de saúde pública, a Câmara dos Deputados caminha para o lado oposto. Na terça-feira 9 de dezembro, aprovou a criação da CPI do Aborto para “investigar profundamente as denúncias e fazer valer a aplicação da lei, atinja a quem atingir”, conforme o pedido de abertura.
:: Clique aqui para ler a íntegra fonte: Carta Capital

Comentários

O Angeli é um GÊNIO! Laerte e André Dahmer também!

No mais, a mesma desgraceira cruenta de sempre! E já nem adianta mais lembrar aos homens que toda mulher é FILHA de alguém, porque muitos molestam suas próprias filhas (e filhos também: veja o caso de Michael Jackson, molestado e brutalizado quando pequeno, só pra citar um dentre tantos outros casos lastimáveis).

Mas ainda tão hedionda quanto a violência dos estupradores e/ou pedófilos, é a MALIGNIDADE violante/pedofilizante que está embutida no patriarcalismo e em todos os aparelhos institucionais que ele fabricou, porque são esses aparelhos que acabam protegendo os "direitos soberanos" dos criminosos (e dentre eles destaco o próprio Michael Jackson, outrora vítima e agora algoz, acobertado pela fama e pela grana que ainda possui).

Então, muito antes do capitalismo e do corporativismo e do catolicismo (e de outros ismos afins), acredito mesmo que o ponto de partida fundante dessa situação absurda é mesmo o patriarcalismo (a cultura patriarcal falocrática, que persegue mulheres, homossexuais, bissexuais, transsexuais, travestis, entre outras tantas formas alternativas de manifestação sexual).

Não podemos deixar que essas forças reacionárias orquestradas pelo patriarcalismo teocrático continuem mandando e desmandando!

E pra fechar: quem tiver Bíblia em casa (esse livro bacana e cheio de fábulas interessantes, mas que os crentes estupidamente idolatram e colocam acima de todos os outros livros) pode até conferir no Levítico como é que funcionava aquilo que Nietzsche brilhantemente chamou de "moral sacerdotal ascética".

No capítulo 12, os 5 primeiros versículos estabelecem claramente que toda mulher que tenha dado luz a uma menina, fica mais tempo "impura" do que se tivesse parido um menino.

No capítulo 15 há toda uma regulamentação sobre as secreções sexuais, que são tratadas como "imundície". Claro e óbvio, a higiene é fundamental. Mas as prescrições bíblicas ultrapassam a dimensão meramente pragmática e higiênica: o corpo (reduzido à condição de "carne") e o gozo (reduzido à condição de "sujeira") se tornam matéria abjeta e o prazer, uma prática clandestina.

No capítulo 18, versículos 19 até 30 (que trata de uniões abomináveis), a homossexualidade (versículo 22) é tratada como a zoofilia (versículo 23).

O capítulo 21, que trata das leis acerca dos sacerdotes, é o mais chocante. Nos versículos 13 e 14, fica estabelecida a OBRIGATORIEDADE do casamento com VIRGENS (divorciadas, viúvas e etc não servem). Imaginem como é que devia rolar o processo seletivo (só ninfetinhas pros sacerdotes espertalhões)...

E nos versículos 17 até 21, há uma radical discriminação dos deficientes físicos e de pessoas com características físicas pouco comuns (um prurido segregacionista que se assemelha ao dos nazistas, confundidno toscamente feiúra e deformidade com maldade).


Então é isso, depois comento mais!:-)


Há braços!
"confundidno" não: confundindo!*rsrs

p.s. Já pensou um debate entre Moisés e a provecta sexóloga Sue Johanson (www.talksexwithsue.com)?*rsrs
COITADO do Moisés...*rsrs

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