Não sou advogada de Tom Zé, não. Nem estou a jogar Araças azuis e Jóias pela janela. Ainda não. Se acho que passou da hora de Caetanos Velosos irem cuidar de seus netinhos advogo em causa própria. Acontece que reconheço a genialidade e originalidade de Tom Zé e me dá arrepios pensar que se David Byrne não tivesse passado por Bruzundangas, Tom Zé estaria hoje enterrado na mesma várzea que Lima Barreto.
Caetano - que não é uma puta virgem nessa história - não só embalou mas também parece que tratou de hipnotizar uma geração por aqui. A minha ainda está por descobrir Tom Zé, mas sugiro que se adiantem porque já passou da hora dos cínicos irem dormir.
Pra quem não sabe, o público de Tom Zé é jovem e o maestro faz questão de manter com essa rapaziada o diálogo da invenção. Ele é uma espécie de Antônio Conselheiro da criatividade. Catártico. Seu som não embala, acorda, desperta. Sua poética não explica, confunde. Zaratrusta tupiniquim que exilado em sua própria terrra chocou idéias e construiu uma ponte entre Irará e Viena. Se hoje, Tom Zé ressucitado se nega em sentar-se à direita ou no colinho de deus pai é porque o céu de Tom Zé não é dos deuses, mas dos homens.
CRIS
Em tempo:
- O título desse post doi retirado de uma interessantíssima dissertação sobre Tom Zé escrita por de Demétrio Panarroto .
- Esse texto é um elogio ao Tom Zé e foi motivado pelo texto do Vinícius Cianurethos e pela minha absoluta falta do que fazer.
- Outros links sobre Tom Zé:
Comentários
Bravo, Crica!