A entrega de leite nas escolas é algo que me deixa p... de raiva. Isso porque o leite de vaca é uma das maiores mentiras nutricionais construídas nos últimos séculos pela indústria de “alimentos”e que mais rende no planeta - tanto quanto a farmacêutica. Felizmente já podemos ouvir vozes no mundo dos deuses da ciência que não só ousam falar sobre a inutilidade desse 'alimento' como também sustentam os perigos do seu consumo.
Acho muito chato defender essa causa, mas acho mais chato ainda ficar doente, perder a forma, cheirar fedido, ter corrimento vaginal, catarrar mais do que devia, ter espinhas na pele, sentir cansaço, preguiça, dores nos ossos, ter que acordar de madrugada para levar filho com rinite e outras constipações para hospital. É por isso que aqui em casa não bebemos leite e derivados como a maioria da patuléia bebe. E olhe que não há ninguém que goste mais de um leitinho quente com café à tarde do que eu. Às vezes vou à padaria e tomo um pequenino pra lembrar da minha infância. Só faço isso quando estou deprimida e fico muito mais depois. Daí eu e minhas tripas não termos dúvida de que leite de vaca é uma droga e não alimento. Tanto que nem a vaca o consome depois que cresce. Isadora, minha filha de dois anos vai muito bem sem ele até agora, tem bom humor, dentinhos perfeitos, nenhuma cárie e ossinhos bem fortes. Ah! Mas e o cálcio? Caruru tem tanto ou mais cálcio que o leite, viu dona Maria. Não contém caseína e é bem baratinho, converse com seu verdureiro. Ih mas tem tanta coisa na vida que nos dá cálcio...
Mas deixa eu voltar à escola. Como é que você faz para transformar uma mentira em verdade? hum? hum? Repete ela mil vezes na cabeça do freguês, né? Até aí alguma dúvida? E se o freguês receber as mentiras na escola, hum? hum? E se a mentira tiver até rótulo?
Pois é, os caras estão tão descarados e a indústria está tão desesperada – porque mentira é mentira - que ninguém tem mais vergonha na cara: o leite distribuído nas escolas da prefeitura de São Paulo é o NINHO, da NESTLE, na velha, boa e conhecidíssima latinha amarela. Lembra? Aquela mesma latinha que talvez, você aí tenha sido alimentado quando te privaram das tetas de tua mãe sob o consentimento e sugestão do próprio pediatra. A mesma latinha com a qual plantaram em nosso imaginário a idéia de saúde associada a bebês hiperobustos captados em concursos organizados pela própria companhia - hoje considerados obesos. Sobre o assunto reli o artigo SUBSTITUTOS DO LEITE MATERNO: PASSADO E PRESENTE .
Mas deixa eu adiantar algumas pérolas dessa artigo. Lembra quando era inquestionável o valor nutritivo do leite em pó para bebês? Olha o que diz o artigo:
“O relatório da Nestlé de 1971 afirma que "nos países subdesenvolvidos, o crescimento demográfico e a melhora no "standard" de vida — oferecem boas perspectivas para os nossos produtos".
“Daí a tarefa de criar nas mães (e nos médicos) a "necessidade" de tais produtos formulados ter sido dever bem cumprido através das técnicas de "marketing" por todos estes últimos cem anos. A imagem do produto perfeito, que leva a bebês robustos e facilita a vida da mulher, é vendida com toda a sofisticação e invade os vilarejos mais distantes.”
“Tais influências se exercem nos diversos níveis do poder, procurando interferir não só nas políticas de abastecimento e preços, como também nas políticas de saúde e nutrição. Estas, particularmente no caso dos países subdesenvolvidos, são freqüentemente baseadas em Programas de Suplementação Alimentar (PSA), onde o leite, de maneira geral, é um dos alimentos presentes, tendo as companhias todo o interesse de vendê-lo ao governo.”
Hoje as mesmas latinhas são obrigadas a trazer no rótulo a seguinte advertência:
Qualquer semelhança com os cigarros não é mera conhecidência não. É claro que o texto é um belo exemplo de eufemismo, mas... perceba como os caras tremem quando a potinha da mentira ousa aparecer. Foi assim que li um artigo eco dos lobies das empresas de laticínio às vesperas de ser aprovada tal lei, o título é risivelmente revelador:
"Na seção III da nova lei, consta a exigência de inclusão no rótulo de produtos lácteos da frase "O Ministério da Saúde Adverte". A expressão "adverte" levará o consumidor a equiparar o leite ao cigarro, o único produto cujas embalagens trazem a mesma expressão, transferindo uma conotação extremamente negativa aos produtos lácteos."
Se você chegou até aqui não custa nada dar uma olhadinha nas circunstância contratuais desse negócio azedo aqui em São Paulo no Blog do Favre.
Mas o que é que tudo isso tem a ver com leitura?
Tá bom que eu sou doida mesmo...então vamos lá.
Entre outras coisas, crianças entupidas de leite e laticínios não tem bom raciocínio, diria que no mínimo tem a ligeireza do raciocínio de uma vaca, se aquilo ali fosse também leite de vaca. Como aquilo é qualquer coisa que nem a própria indústria sabe explicar o que é, taí, no meu modo de ver, a justificativa para a apatia da molecada em aprender ou ler as coisas do mundo no papel, na tela ou na vida.
Queria estar equivocada. Mas abro os olhos e vejo diante de mim uma geração infantilizada, viciada em pseudosleitinhos, acúcar branco e outras droguinhas ingênuas em embalagens bonitas; uma geração incapaz de controlar o próprio destino. Talvez por isso as ditaduras estejam tão fora de moda.
Enquanto isso, aqui em casa vamos educando a filharada pra dar a gargalhada final. Vou pagar pra ver se.... quando acabar a maluca ainda sou eu.
CRICA
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