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Mostrando postagens de setembro, 2011

Alinhavando vida e morte

"— Também eu tenho servido de agulha a muita linha ordinária!" Machado de Asis - Um apólogo Alguém muito importante na minha vida morreu por estes dias. Foi um enterro veloz, pois todos tinham de voltar à rotina enfática de que a vida continua, ao menos até ali. Momentos como este sempre me deslocam para um outro tempo. Me põem em crise no desconserto inseguro e incerto do vida, através do confuso gesto da amargura do luto. Sim a vida continua mas tatua novamente na minha alma a imagem da cova rasa onde depositei o rosto e corpo que nunca mais verei,  já há muito ausente da voz e movimento que agora nunca foram tão vivos. Sou destes seres que todos os dias lembra-se que vai desaparecer. Acostumei-me a companhia fiel da morte e gosto de caminhar com ela ao meu lado enlaçada à vida. De maneira, que alguns, concluindo-me mórbida,  pensam que este luto infindo que trago no peito seja-me um problema ou defeito. Não sinto assim. É no gosto atento da minha e da

Conhecendo a CIclofaixa_03_08_2011

"Mais do que o mar, acho que quando fui morar em Ubatuba o que me enfeitiçou mesmo foi a presença e a possibilidade usar bicicleta como transporte diário." Pensei isso hoje enquanto ia pela primeira vez pedalando pela ciclovia de Sampa que funciona aos domingos da 7h às 16h. E minha estreia foi premiada: o dia estava lindo! Pedalei por 5 horas num percurso não projetado, e só parei porque meu pai viria almoçar comigo à tarde.  Costumo andar de bicicleta quando dá, mas a sensação de fazer isso coletivamente e de maneira segura por São Paulo foi única. Fiquei muito emocionada. Numa cidade onde estamos tão acostumados a uma certa solidão, partilhar vias expressas pedalando com tantas pessoas deu-me uma espécie de pertencimento que até então eu não conhecia. Confesso que fiquei um pouco mais criança hoje...  O percurso que fiz: Entrei na ciclofaixa verde pela rua Alvarenga, em frente ao portão pr