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O VELHO GEGÊ

O velho Gegê esteve por aqui e falou-me das Caetanas Bobagens em que Marcos Bagno manda Caetano Veloso ir estudar - tá na Caros Amigos de outubro. Fui dar uma olhada na tal conversa, e, ahhh, que sono... Não podia ser diferente vindo de Caetano Veloso - último refúgio dos pseudosintelectuaislóides do PSDB. A besta fera se arvora em defender o estrume da ideologia da língua portuguesa dos privilégios, bibelô do modelo de educação televisiva, o único professor bem pago nesse país, Pascoale. Pra quem tem saco e nada pra fazer taí.

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O velho Gegê é meu pai.

Cheguei a pensar, na minha infãncia, que aquele livrão - dicionário etimológico - que ele não largava, era uma espécie de bíblia. Gegê formou-se em letras clássicas - latim e grego. Tão logo saiu da universidade percebeu que havia feito uma grande cagada, pois nunca mais haveria mercado de trabalho para professores com essa formação em Bruzundangas - coisa de reformas educacionais da ditadura. O jeito foi se virar dando aulas em cursinhos universitários ajudando a rapaziada a decorar inutilidades do gramatiquês dominante, porém sua paixão pela língua e principalmente a literatura o mantém vivo e inesquecível.

Quando essa filha de meu pai resolveu seguir seus passos - também formei-me em letras - para provocá-lo inaugurei uma nova prateleira em sua biblioteca : a sociolinguística. É bem verdade que a inaugurei surrupiando dele livros de outras prateleiras, Saussure, Umberto Eco, Jakobson ...O velho Gegê olhava desconfiado para aquilo sempre me apontando a etimologia dos termos que eu achava inventados naqueles dias. Fomos nos entrelaçando. O velho e o novo - que não eram tão novos e nem tão velhos assim. Mas acho que foi com Marcos Bagno que o convenci a abandonar Sacconis e a reler Pascoales sob uma nova ótica.

O velho Napoleão Mendes de Almeida ainda está lá ao lado de Celso Cunha, Bechara, Sírio Possenti, Magda Soares, Diana Passos, Luis Fiorin, Luis Tatit, Marcos Bagno como prova de que nessa vida só não muda quem está morto.
CRICA

Caetanas bobagens - Marcos Bagno

Linguistas - Caetano Veloso

Ele, Caetano, falou de linguística - Sírio Possenti

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